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Tecnologia no combate ao crime
Por Diário de Cuiabá
14/04/2013 - 11:20

Foto: Geraldo Tavares/DC
Quem está acostumado com a caricatura de policial robusto, sem recursos, carrancudo e de poucas palavras, se surpreenderia na Central de Inteligência da PJC-MT. Ao invés de armas que disparam 12 tiros por minuto, a estratégia para prender criminosos vem por softwares, cabos óticos e conexões de rede. Em Mato Grosso, a PJC está instalando um Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). A estrutura vem para somar aos laboratórios de crimes de alta tecnologia e escuta telefônica que já existem no estado há algum tempo. De acordo com o delegado diretor de inteligência da PJC-MT, Marcelo Felisbino Martins, apenas prender bandidos não resolverá a criminalidade “O cara é preso, mas o que o financia não. Então, ele consegue pagar os melhores advogados, corromper, ameaçar servidores e se não saí da cadeia, continua gerenciando o ‘empreendimento’”. “Prendemos diversos traficantes, integrantes do crime organizado, estelionatários e golpistas diariamente, porém tráfico, roubos e os desvios públicos continuam acontecendo. Precisamos parar o crime na raiz e para isso só se há uma maneira, corte do fluxo financeiro e a descapitalização da organização criminosa”, afirmou. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, divisão de Drogas e Crimes (ONUDC), em todo o mundo anualmente é lavado algo entre 500 bilhões a um trilhão de dólares. Para a entidade, só o fato da margem entre os dados ser imensa já é motivo para preocupação. Cerca de 80% desse montante viria do narcotráfico. Lavagem de dinheiro, em termos simples, é o ato de camuflar a origem do dinheiro proveniente de atividades ilegais para que pareça que foi obtido de fontes legais. Do contrário, os criminosos não poderiam usá-lo porque ele seria vinculado a atividades criminosas e bloqueado pela polícia. Para limpar o dinheiro, os bandidos utilizam de diversos meios. Os principais são: depósitos estruturados (quebra de grandes quantias em quantias menores e menos suspeitas); bancos internacionais (paraísos fiscais); sistema bancário alternativo (sistemas bancários legais que permitem depósitos, saques e transferências sem documentação) e empresas de fachada. “Realizar esse rastreamento é humanamente impossível e demanda muito tempo e equipe. Em cada caso, é necessário avaliar milhares de extratos bancários, ligações telefônicas, cartões de crédito. O laboratório permite que os programas façam esse cruzamento de dados e possamos identificar onde e como o dinheiro sujo foi lavado ou usado e assim podemos bloqueá-lo posteriormente devolve-lo à população”, afirmou o diretor de inteligência, Martins. O LAB-LD recebe recursos do Plano Estratégico Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON), que prevê investimento na ordem de R$ 2,6 milhões com a transferência de tecnologia, softwares, hardwares. No Brasil, existem 16 laboratórios em funcionamento e 12 em instalação, que formam a Rede Nacional de Laboratórios contra Lavagem de Dinheiro (REDE-LAB), que funcionaram com um sistema integrado.
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14/04/2013 - 11:16