Uma reunião do Comitê de Integração Bilateral – comissão formada para promover a integração social, econômica e política entre Cáceres e São Matias (Bolívia) que será oficializado nesta quinta-feira (25) – aconteceu na tarde desta quarta-feira (24) e marcou uma nova estratégia do governo para lidar com a fronteira do Estado com a Bolívia. A promessa do início do mandato do governador Silval Barbosa (PMDB), de conter a criminalidade da região militarizando a fronteira – aumentando o número de policiais do GEFRON (Grupamento Especial de Fronteira) - foi deixada para trás com a proposta de integração para beneficiar as populações fronteiriças, e facilitar acordos econômicos. Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, José de Lacerda Filho, é lançado um “novo olhar” sobre as fronteiras, que até hoje, são vistas erroneamente como áreas de risco. “Na Europa estão discutindo moeda única, então a fronteira é tida no mundo europeu como um centro de integração. E por que na América do sul precisa ser considerada como área de risco?”, questionou o secretário. O comitê deve se reunir uma vez por mês, e dará celeridade para as políticas públicas e definições de aspectos legais, pois a maioria dos conflitos gira em torno de uma legislação binacional. “Um grande problema que nós temos com os países Sul-latinos é o conflito na legislação, como no caso das nossas ferrovias. As ferrovias chegam na divisa de um país a bitola é larga, e no outro a bitola é estreita, não tem conexão”, afirma o secretário. Este grupo substituirá o antigo Comitê de Fronteira, criado em 1997 e que estava inativo desde 2005, sob novos modelos de atuação. A criação do Comitê de Integração partiu de uma visita do ministro de Relações Exteriores do Brasil à Bolívia em março de 2011. O embaixador Marcel Biato, chefe da delegação Brasileira na Bolívia, indica que o trabalho agora será diagnosticar a fundo os problemas enfrentados na região, como a segurança, a educação, e a infraestrutura – levando em consideração o potencial agrícola - para buscar soluções em conjunto com o país vizinho. Um desafio para a Bolívia, segundo o embaixador, será “fazer com eu todos os turistas (atraídos pela Copa do mundo em Cuiabá) não apenas sobrevoem a região, mas visitem também a Bolívia”.