GEFRON prende Moisés Pagliuca em Cáceres
Por Diário de Cáceres/Clarice Navarro Diório
25/04/2013 - 20:38
Em cumprimento a um mandado de prisão, policiais do Grupo Especial de Fronteira-Gefron, após dias de diligências utilizando o Serviço de Informação, prenderam na noite desta quinta-feira, 25, Moisés da Silva Pagluca, de 56 anos, integrante da família acusada de narcotráfico que estava presa e, libertada através de liminar expedida no dia 27 de janeiro último, fugiu para a Bolívia.
Moisés é irmão de Adalberto Pagliuca Filho, considerado o líder da quadrilha. Ele foi preso no Hospital Regional de Cáceres, onde estava como acompanhante de um filho que está hospitalizado com a clavícula quebrada. Moisés é acusado de "cuidar dos negócios" do irmão e também de envolvimento na suposta tentativa de suborno que teria colocado a família em liberdade.
Preso, ele confessou aos policiais que realmente cuidava dos negócios do irmão.
A família reside em Porto Esperidião. Toda a família que estava presa (seis integrantes) fugiu para a Bolívia tão logo foi solta, e também um outro homem preso na operação.
ENTENDA O CASO
O promotor Marco Aurélio de Castro alertou para a dificuldade que a Polícia Federal terá para recapturar o sete acusados de tráfico que ganharam liberdade, em janeiro deste ano, graças a uma liminar concedida pelo desembargador Manoel Ornellas.
A liminar foi concedida num domingo (dia 27), durante plantão judiciário do magistrado.
“Seis das sete pessoas fazem parte da família Pagliuca, que possui uma fazenda na Bolívia. Era muito claro para o Ministério Público que, se houvesse uma fuga ou a libertação provisória, eles iriam para lá”, disse o promotor.
Os mandados de prisão contra os sete acusados de tráfico de drogas ainda estão em aberto.
Para Marco Aurélio de Castro, que assumiu o comando do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na semana passada, a dificuldade na recaptura dos acusados já era esperada.
Ele disse ter estranhado a decisão do desembargador Ornellas porque a informação sobre a propriedade fora do país constava na denúncia elaborada pela Promotoria e compõe os autos do processo.
“Ou ele (Ornellas) desconsiderou este fato ou sequer se deu ao trabalho de ler a denúncia. Gostaria de saber se ele tinha conhecimento deste detalhe e, se tiver apenas desconsiderado, por que fez isso”, observou o coordenador do Gaeco.
Segundo o promotor, a suposta saída dos acusados do país é o que tem dificultado o cumprimento do mandado de prisão.
“O mandado está em aberto e qualquer autoridade pode prendê-los. O difícil é localizá-los. Eles estão no cenário perfeito”, afirmou.
A liminar concedida por Ornellas atendeu a um recurso em que a defesa dos acusados afirmava que o inquérito que resultou nas prisões era nulo porque as interceptações telefônicas foram colhidas de maneira indevida.
A decisão foi tomada no dia 27 de janeiro, durante um plantão do desembargador.
Inicialmente, o processo estava sob relatoria do desembargador Alberto Ferreira, mas foi distribuído para Ornellas devido as férias do magistrado.
Com a decisão foram beneficiados o fazendeiro Adalberto Pagliuca Filho, acusado de liderar quadrilha; sua esposa, Regina Célia Cardoso Pagliuca; seus três filhos, Adalberto Pagliuca Neto, Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Régis Aristide Pagliuca; o genro do casal, Joelson Alves da Silva; e Lori Gasparin, que já havia sido condenado a 18 anos de prisão e também era apontado como líder do grupo.
Todos eles haviam sido presos durante a Operação Mahyah, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2011. À época, foram detidas 45 pessoas e apreendidos 230 quilos de pasta-base de cocaína, R$ 40 mil em dinheiro, além de vários veículos. As investigações duraram cerca de 10 meses.
Apenas no final de fevereiro a Segunda Câmara Criminal do TJ reverteu o despacho de Ornellas, atendendo um pedido do Ministério Público, mas todos já estavam foragidos.