Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
A vez da carne bovina
Por Diário de Cuiabá
23/06/2013 - 09:32

Foto: arquivo
Depois da soja, a carne bovina deverá ser a nova commodity mato-grossense de peso dentro do consumo chinês. Com a previsão de um incremento no consumo de 200% em 20 anos na China, Mato Grosso, detentor do maior rebanho de bovinos de corte do país, deverá ganhar uma importante fatia desse mercado aberto recentemente e que pode influenciar positivamente a pauta estadual de exportações. Atualmente, mais de 60% da produção da oleaginosa tem como destino aquele país. As perspectivas para pecuária de corte são positivas, pelo menos do ponto de vista da exportação. A afirmação é do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, palestrante da 19ª Feicorte, em São Paulo. Com base em uma projeção de consumo de proteína animal na China, a estimativa é de que o Brasil e a Índia se tornem o principal fornecedor deste mercado, que deverá ter o consumo aumentado em mais de 200% entre 2010 e 2030. Mato Grosso também está na mira das indústrias e consumidores. A projeção do consumo de carnes aponta que entre 2001 e 2030, a ingestão de proteína vermelha passa de 5,2 quilos/per capita/ano para 24,8 quilo/per capita/ano entre a população do gigante asiática. De acordo com o ex-ministro Henrique Meirelles, mesmo com a redução no ritmo do crescimento chinês, que passa dos 10% ao ano para 7% ao ano, a população consolidou o consumo de alimentos, principalmente de carnes e a desaceleração não afeta este mercado. Para o consultor de agronegócios, Alcides Torres, da Scot Consultoria, a produção de carnes em Mato Grosso é consolidada e tem capacidade de ser incrementada para abastecer mercados como o chinês. Mas, de acordo com o consultor, somente um problema impede o desenvolvimento da cadeia no Estado: a logística. “Mato Grosso passa por um processo de inversão. Até 1970 havia aumento de áreas, mas não de produtividade. Agora, isso mudou. Há investimento para aumentar a produção nas áreas abertas e a necessidade é de infraestrutura para escoar esta produção”. Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a pecuária de corte mato-grossense tem hoje o maior rebanho comercial do país e potencial e qualidade para abastecer qualquer mercado, mas é preciso agregar valor para gerar renda. “O pecuarista pode e quer ampliar a produção e a qualidade da carne, mas precisa ser remunerado para isso. Investir em tecnologia tem custos e eles precisam ser divididos entre todos os elos da cadeia”. O rebanho é de cerca de 29 milhões de cabeças. A indústria frigorífica conhece o potencial mato-grossense. O diretor de relação com o pecuarista do Grupo JBS, Fábio Maia de Oliveira, explica que o Estado tem grande disponibilidade de grãos, o que possibilita a intensificação da recria para acelerar a engorda. Como explica, é preciso investimento em tecnologia para aumentar a produtividade e o desfrute para garantir o aumento do rebanho. “Brasil tem capacidade industrial instalada para ampliar a produção, ou seja, sem muitos investimentos é possível expandir o beneficiamento da carne para abastecer o mercado chinês. É preciso estimular o uso de tecnologias no campo para que haja matéria-prima para estes consumidores”. O ex-ministro Henrique Meirelles destacou ainda que os produtores rurais brasileiros são vitoriosos porque conseguiram erguer o agronegócio mesmo entre as adversidades. “O agronegócio tem um aumento de produtividade, de fato, mas sem investimento em logística haverá comprometimento desta produção, uma vez que os custos reduzem a competitividade brasileira”. (Com assessoria)
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