Bienal da Agricultura
Por *por Rui Prado
12/08/2013 - 11:11
Ao receber mais uma edição da Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central o estado de Mato Grosso se fortalece na disseminação de conhecimento do agronegócio brasileiro. Na última semana fomos protagonistas deste evento que hoje é plataforma institucional de uma atividade econômica pujante, inserida no coração do Brasil e uma importante engrenagem na economia nacional ao gerar riquezas para um país de reconhecido potencial agrícola. O sucesso da Bienal é creditado às parcerias com as federações de Mato Grosso do Sul (Famasul), Goiás (Faeg) e Distrito Federal (Fape-DF).
Mais do que dividendos, o agronegócio gera conhecimento e fomenta o debate nacional. Todos os que dele participam - do homem do campo ao pesquisador científico – hoje têm voz ativa e legitimidade para se expor, pensar e participar do Brasil e do futuro do país.
A Bienal da Agricultura trouxe para a mesa de discussão temas de vanguarda que colocam em pauta debates importantes a respeito das mudanças pelas quais passa a agricultura brasileira. É o caso da sucessão familiar, assunto fundamental visto que a transferência malsucedida para herdeiros pode colocar em risco o futuro do empreendimento agrícola. A qualificação de mão de obra na agricultura é outra fonte de preocupação, visto a necessidade de ter profissionais aptos a acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos dentro e fora do campo.
A logística é um tema atual e de imprescindível discussão que merece a atenção de toda a sociedade e uma cobrança constante aos governos para que este problema, que não é novo, seja finalmente resolvido. Há soluções apresentadas em um estudo sério e minucioso sobre a logística brasileira que nos leva a constatar que, se nada for feito, os prejuízos continuarão sendo divididos entre o produtor e o consumidor final, este um depositário indireto dos altos custos de escoamento da produção.
Mas assim como a discussão dos nossos gargalos, a Bienal foi o momento de compartilhar boas notícias. Uma delas é o acordo obtido com a Monsanto quanto à cobrança de royalties pela semente RR1. Para o Estado de Mato Grosso este acordo significa que os produtores serão beneficiados em aproximadamente R$ 500 milhões.
A abordagem destes quatro eixos de discussões pauta o futuro do agronegócio brasileiro pelos próximos 20 anos. Muito nos orgulha o fato de termos sido anfitriões deste momento singular que deixa um legado de conhecimento fundamental para solidificar a grandeza da agricultura para a economia brasileira.
*Rui Prado é produtor rural e presidente do Sistema Famato (ruiprado@famato.org.br).