Com um histórico de mais de 30 anos e que se mistura à Nelore Grendene, Ilson Correa está presente no grupo antes mesmo da aquisição da Fazenda Guanabara. No comando de uma equipe de profissionais focada no resultado, o gestor destaca que a genética e a pesquisa, entre outros fatores, garantem o produto que chega ao cliente, de maneira a oferecer garantias de animais melhoradores. “Nada se faz sozinho”. A interpretação da frase é observada nas características delineadas, tendo o talento humano e a valorização do grupo de trabalho predominante na entrevista que segue adiante. Profissionais destacados, a quem Ilson credita os resultados citados na revista. Reservado, ele fala sobre a seleção, características do rebanho, modelo de atuação, evolução reprodutiva e temas importantes no trabalho com a seleção de Nelore. Pode-se afirmar que a Nelore Grendene é hoje detentora de um dos mais importantes e sofisticados projetos de seleção de touros melhoradores. Como começou essa história? Ilson Correa – É uma história longa que começa com família Grendene adquirindo a Fazenda Guanabara. Eu já trabalhava lá e passei a integra o grupo. Passamos por várias fases e demos início a uma história, sempre pautada na equipe, no talento humano, para desenvolver um trabalho com total insistência na evolução reprodutiva e técnica do rebalho. É uma relação de confiança, na qual existe a troca de informações com os proprietários e investimentos, dando uma liberdade importante para o desenvolvimento do trabalho que se baseia na tecnologia, na seleção. Como tem funcionado? Ilson Correia – Aliado ao desenvolvimento dos talentos, temos um forte investimento em tecnologia. A Grendene busca superar números comuns, ter melhores resultados com beleza e racial, com um grande foco em características econômicas, fundamentais para quem adquire reprodutores. Desta forma, com a ciência, tecnologia e cuidados na seleção, podemos desenvolver ações como a do leilão, de maneira que os pecuaristas, cliente que comprarem os touros, possam contar com mais segurança. Além disso, dos cuidados na seleção, temos um pós-venda igualmente minucioso. Os 1000 touros em leilão é inédito, um desafio... Ilson Correa – Sim. Mas há um trabalho que garante a oferta com a qualidade necessária e a quantidade que vamos ofertar. Faz parte do nosso projeto de seleção. O mercado precisa de touros com qualidade melhoradora e garantias, precisamos colocar os animais no mercado, pois eles estão prontos. É o que vamos ofertar. Como foram originados os touros? Quantas matrizes foram trabalhadas? Ilson Correa – Trabalhamos com duas mil matrizes. A organização e planejamento da Grendene faz com que posamos produzir um grande número de reprodutores, com potencial genético através das ferramentas com Fertilização in Vitro (FIV), que nos permite selecionar animais como os exemplares do leilão. Nesta tecnologia fomos um dos primeiros a realizar o processo. Desta forma, identificadas as matrizes por avaliações genéticas e morfológicas, fizemos aquisições dos mais importantes planteis do País e somamos a vinte exemplares de genética superior que estavam na propriedade de Cáceres, Mato Grosso, oriundas do plantel de pista e começamos o trabalho. Depois disso, acasalamos com reprodutores como Rambo, Tecelão e Zefec Adbala. Além das fêmeas que a Grendene já tinha, qual é origem das demais matrizes? Ilson Correa – De grandes criatórios que atuavam com seleção, origens nas Fazendas Barreiro Rico, Colonial Agropecuária e os animais PO da CFM Agropecuária. Como funciona a seleção da Nelore Grendene? Ilson Correa – Trata-se de seleção e não de coleção. Este contexto veio amadurecendo com o tempo para, há cerca de 10 anos, culminar no atual projeto de animais produtivos com características econômicas, aliadas a um animal bonito, já que não queríamos descaracterizar o Nelore. A equipe da Nelore Grendene trabalha constantemente na busca desses atributos, da Diferença Esperada na Progênie (DEPs) como a habilidade materna, precocidade sexual, temperamento e produtividade, marcantes em nossa seleção. No melhoramento genético, o trabalho da equipe identifica as melhores matrizes e multiplica intensamente o material genético provado como superior, através de um grande projeto de Transferência de Embriões (TE) e FÎV. A Grendene também faz uma análise forte de fenótipo... Ilson Correa – Sim, é fundamental qualquer fator desqualificante, que possa impedir o trabalho adequado do reprodutor. Descartamos, pois se um animal não serve para o trabalho na Nelore Grendene, também não serve para o nosso cliente. Além disso, fazemos um serviço de pós-venda, qualquer problema com nossos reprodutores, têm nossa garantia. Trocamos. Como o senhor realiza o trabalho? Ilson Correa – É um trabalho de toda uma equipe, os colaboradores que permitem os resultados. Nada se faz sozinho. Utilizamos o programa Nelore Brasil, temos uma assessoria especializada que atua conosco nos acasalamentos e objetivos de seleção. O resultado aparece, através da identificação das melhores matrizes e multiplicando intensamente o material genético provado como superior, através da FIV. Aceleramos o processo desta maneira, com a multiplicação dos animais melhoradores. No plante, é grande a pressão de seleção para reprodutores e reposição de matrizes. A equipe... Ilson Correa – Adotamos um modelo que permite os resultados que falamos agora, baseado na valorização dos funcionários, dos talentos, do bem-estar animal. Isso reflete na produtividade na fazenda. Conceitos que fazem parte da visão de pecuária da Nelore Grendene, na busca do equilíbrio entre produção, ambiente, trabalho e qualificação profissional. Os ganhos vão além da questão comercial, promovem a harmonia no trabalho da fazenda que refletem em qualidade de vida para todos os envolvidos.