Professores rejeitam proposta do governo
Por Gustavo Nascimento/Diário de Cuiabá
21/09/2013 - 20:38
Os professores da rede estadual de ensino de Mato Grosso rejeitaram a primeira proposta feita pelo governo do Estado e mais de 430 mil estudantes continuarão sem aulas. A greve ultrapassou a barreira dos 40 dias e é a terceira maior dos últimos 20 anos.
A decisão unânime foi tomada na tarde de ontem (20), por aproximadamente 1,5 mil educadores, em assembleia na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá.
De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Miriam Botelho, a categoria entendeu que o governo acatou em partes as reivindicações, porém os professores esperavam mais por ter sido a primeira proposta do governo após 39 dias de paralisação.
Na última quarta-feira (18), o governador Silval Barbosa (PMDB) propôs dobrar o salário da categoria de forma parcelada em 10 anos. O aumento somente começaria a ser cedido em maio de 2014, com 5%; no ano seguinte, 6%; em 2016, 7%; e, a partir de 2017, o percentual seria de 7,69%.
Miriam afirmou que os profissionais entendem que é possível que um reajuste seja feito ainda em 2013. Eles também rejeitaram que pagamento da hora-atividade fosse parcelada em 3 anos, como foi oferecido pelo governo.
O secretário de Educação do Estado, Ságuas Moraes (PT), afirmou que vai se reunir com o governador para decidir o que vai ser feito, porém ele disse que não vislumbra nenhuma saída. “Não temos mais o que oferecer, chegamos ao limite. Discutimos toda a pauta e propusemos tudo o que era possível.”
Segundo o Sintep-MT, mais de 90% dos 35 mil profissionais adeririam a greve. Aproximadamente 80% das escolas estão com as atividades paradas.
Os manifestantes reivindicam o repasse de 35% dos recursos do Estado para Educação, como é determinado na legislação estadual. Inclusão da hora-atividade para os professores contratados. Posse dos classificados do concurso público realizado em 2010 em Mato Grosso e a realização de novo concurso e o aumento do poder de compra da categoria em sete anos.