Audiência pública realizada nesta quinta-feira (19), na Assembleia Legislativa, debateu a causa do aumento excessivo no número de acidentes no Estado de Mato Grosso e quais ações emergenciais a serem tomadas para mudar essa triste realidade. De autoria do deputado estadual Ezequiel Fonseca (PP), a audiência faz parte da comemoração à Semana Nacional do Trânsito, de 18 a 25 de setembro, sob o tema, “Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, Mobilidade Urbana e Trânsito Consciente”, do Conselho Nacional de Trânsito. Representando o presidente Gian Castrillon do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (DETRAN-MT), Kelly Cristina, ressaltou a importância do envolvimento dos cidadãos e órgão fiscalizador para que o trânsito seja mais humano e seguro. Heitor Reis, presidente da Associação das Famílias Vítimas de Violência no Trânsito falou sobre os trabalhos de prevenção, porém, observou que os índices não têm diminuído, mas sim aumentado e fez um apelo. “A impunidade é o maior causador da violência no trânsito, a solução está na educação, seja em casa, no trabalho, na rua.” Segundo ele, 90% das cirurgias ortopédicas realizadas no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá são de pessoas vítimas do trânsito. O secretário adjunto da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Thiago França fez um panorama da realidade. Ele frisou que os gastos com os problemas relacionados ao trânsito têm comprometido o desenvolvimento de muitos países por consumir parte do Produto Interno Bruto. Já o Brasil é o 5º país em maior número de acidentes. Segundo ele, morre mais gente no trânsito do que em homicídios. Com relação ao Estado, ele disse que a situação é preocupante por acarretar problemas na saúde pública e em outros setores. “O PSMC realiza mensalmente cerca de 900 atendimentos de casos de acidentes ao mês, é o 2º maior gasto com a saúde; já capital está em 8º lugar no ranking de violência no trânsito e em 1º lugar em mortes nas rodovias. Para ele, a política no trânsito não deve ser através de rápidas campanhas, mas permanentes. “É necessária uma política no trânsito, bem como a criação da escola pública do trânsito que consta no orçamento do Estado, mas que não existe, além da união dos órgãos públicos.” O delegado Christian Cabral disse que o trânsito funciona através de três tripés, são elas, a educação, repressão e engenharia de tráfego. Também observou que os recursos públicos voltados para o trânsito são direcionados para outros setores. “Precisamos de um plano de Estado e não de governo, também devemos recuperar essa política de abandono pelo que a capital passou nos últimos anos.” Também participaram do evento o superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Elton Carvalho e Comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Grazielli Bugalho. Além de representantes dos moto-taxis da capital, Sindicato do Detran, motociclistas Abutres. Ao final, o deputado Ezequiel agradeceu a presença das autoridades e demais participantes e se comprometeu a trabalhar com demais parlamentares da Assembleia Legislativa novas medidas visando solucionar os problemas apontados. Dentre os compromissos estão, a criação do plano estadual de segurança pública no trânsito, criação de um grupo de trabalho e diretrizes para tratar do tema, implantação de uma vara especializada no trânsito, criação da escola pública do trânsito, fortalecimento do Cetran, criação de Frente Parlamentar sobre duas rodas, sustar alvarás dos estabelecimentos que vendem bebidas para menores de 18 anos, criação do grupo multidisciplinar para aplicação da lei seca e criação de lei que busque adequar e direcionar verbas para o batalhão de trânsito.