O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) deu prazo de 15 dias para o Ministério da Saúde prestar informações adicionais do médico espanhol José Maria Martin, o primeiro médico estrangeiro a atuar em Mato Grosso, pelo programa do Governo Federal Mais Médicos. O estrangeiro está atuando no Programa da Saúde da Família (PSF), em Cáceres. O CRM é um crítico do programa. No ofício encaminhado ao Ministério da Saúde, o Conselho constata a falta de dois documentos que deveriam constar no cadastro do médico espanhol. O primeiro questionamento é com relação à atuação do profissional, que foi escalado para atuar em Cáceres. O segundo item é que o MInistério da Saúde não teria encaminhado o nome do tutor que estará acompanhando José Martin. A exigência do CRM é que o tutor seja brasileiro para monitorar o estrangeiro. Caso as solicitações não forem atendidas, o Conselho poderá, se quiser, entrar na Justiça para anular a licença provisória do médico estrangeiro. Informações dão conta que José Martin atua desde o dia 23 de setembro. Conforme prevê o programa Mais Médicos, do Governo Federal, Martin tem autonomia apenas para atuar no Programa de Saúde da Família (PSF). Significa que ele fica impedido de exercer qualquer outra função médica, além das atividades de atenção primária previstas pelo PSF. O Mais Médicos prevê a permanências dos profissionais estrangeiros no Brasil por 3 anos. Cada médico, cadastrado no programa, irá receber uma bolsa de R$ 10 mil, para desenvolver as atividades de atenção básica da saúde nos municípios brasileiros. A expectativa é que outros 3 médicos estrangeiros cheguem a Mato Grosso. Cunho eleitoreiro O presidente do CRM-MT, Gabriel Felsky Anjos, disse que o órgão não pretende entrar com uma medida para anular a licença do médico, caso o Ministério da Saúde não mande as informações complementares. “Até por que, a partir de novembro, vai ser o Ministério da Saúde que vai liberar a licença de atuação desses médicos. Então, não há o porquê da gente entrar na justiça”, afirmou. Com relação ao Programa Mais Médicos, Felsky acredita que a medida do Governo Federal é de “cunho eleitoreiro”, visando as eleições do ano que vem. “O que adianta você enviar médico para o interior de Mato Grosso, sendo que nessas cidades não há estruturas para esses profissionais atuarem”, questionou. “Com esse programa, o Mais Médicos, o Governo está querendo tampar o sol com peneira”, criticou Felsky. Mais Médicos O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, que prevê mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez e ausência de profissionais. Com a convocação de médicos para atuar na atenção básica de municípios com maior vulnerabilidade social e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), o Governo Federal garantirá mais médicos para o Brasil e mais saúde para você. A iniciativa prevê também a expansão do número de vagas de medicina e de residência médica, além do aprimoramento da formação médica no Brasil.