O deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) faz um alerta para os donos de carros roubados em Mato Grosso. Atualmente mais de 200 automóveis roubados no Brasil e recuperados na Bolívia estão parados no pátio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos (DEFURV), em Campo Grande. Desse total 55 veículos, ou seja, um quarto da frota, pertencem a proprietários mato-grossenses. O resultado é fruto de muita luta do parlamentar, iniciada em 2011. O governo da Bolívia deu início à devolução de carros apreendidos pela Divisão de Prevenção de Roubos de Veículos da Bolívia (Diprove) no início do ano. Nesse primeiro lote 500 veículos serão repatriados ao país com comprovada ocorrência de roubo. Neste cenário, em destaque, consta o estado de Mato Grosso, por tratar da sua extensa faixa de fronteira com o país vizinho. Segundo a polícia, os proprietários nem sabem que eles foram achados. A maior dificuldade tem sido localizar as vítimas que tiveram os carros roubados antes de 2011, ano em que começaram as negociações entre Brasil e Bolívia para a repatriação desses veículos. Muitos donos trocaram de endereço e telefone. O grande problema é o alto custo para guinchar o bem até a cidade de origem, já que as despesas serão arcadas pelo proprietário. A Polícia Federal calcula que haja pelo menos 4.500 veículos brasileiros levados ilegalmente ao país vizinho. A maioria dos automóveis roubados no Brasil é proveniente de Mato Grosso, São Paulo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Acre e Paraná - estados que fazem fronteira com outras nações. Anteriormente, os carros estavam sendo nacionalizados em território boliviano, mas um acordo entre os dois países permitiu a devolução. O deputado criticou o governo boliviano, em audiência pública no Senado Federal, dizendo que a Lei n° 133 estava patrocinando a violência, o narcotráfico e o prejuízo à vida dos mato-grossenses, tendo em vista que a lei sofre reedições há oito anos. “Valeu a pena nossa luta. Hoje estamos colhendo os frutos desse trabalho e graças a Deus a famigerada Lei boliviana, que legalizou os carros irregulares no território daquele país está revogada e é coisa do passado”, reiterou. Caso os carros não forem procurados pelos donos por mais dois meses, podem ir a leilão.