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Nova leva de profissionais vai atuar em Colniza e Cáceres
Por Márcio Camilo/Midianews
29/10/2013 - 17:04

Foto: UOL
Nove médicos, seis cubanos, dois brasileiros e um boliviano, estão em Cuiabá passando por treinamento para atender no interior do Estado. Eles integram o programa Mais Médicos. Cinco atuarão em Cáceres e dois em Colniza. Eles vão atender em unidades de atenção básica dos respectivos municípios a partir de sexta-feira (2). Os dois restantes serão remanejados por que foram dispensados por Cuiabá e Santo Antônio do Leverger. Durante esta semana, os médicos fazem um “intensivão”, que envolve um ciclo de palestras com profissionais da área de saúde da Universidade Federal de Mato Grosso. A ideia é preparar esses médicos para a atuação no interior. Quem ministra as palestras e servirá como tutor desses médicos é o professor Reinado Gaspar, docente da área de Saúde da UFMT. No último sábado, ele foi até o aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, recepcionar os profissionais e afirma que eles estão muito empolgados para trabalharem no Estado. “Eles estão animados, desejosos e comprometidos em atuar em Mato Grosso. São médicos experientes e humanitários: eles têm uma visão de medicina totalmente diferente da dos médicos brasileiro, que é uma visão mais de mercado mesmo. Posso garantir que são médicos preparados e especializados em atenção básica da Saúde”, disse o professor. Reinaldo detalhou que os médicos identificarão os principais problemas das unidades básicas de Saúde do inteiro do Estado. Passado essa fase, eles irão elaborar planos de saúde da família, no sentido de identificar e combater as doenças que mais atingem as populações carentes desses municípios. “Por exemplo: se eles identificarem que há um grande um surto de hanseníase ou tuberculose nessas localidades, esses médicos vão elaborar programas para combater essas doenças”, explicou. Com relação à destinação exata dos profissionais, o professor Reinado destacou que serão os municípios que definirão os PSF’s onde os médicos irão atuar. Em Várzea Grande, três médicos, do Mais Médicos, já estão atuando. Eles fazem parte de uma leva anterior do programa que chegou a Mato Grosso. Dispensas em Cuiabá e Santo Antônio do Leverger Por telefone, o secretário de Saúde de Cuiabá, Kamil Fares, explicou ao MidiaNews que as equipes de Saúde da Família em Cuiabá estão completas. “No momento não há falta de profissionais”, afirmou. No entanto, Fares ressaltou que a necessidade pode surgir por conta da inauguração de cinco unidades de saúde na região da Grande CPA. “Se surgir a necessidade, nós podemos solicitar os profissionais do Mais Médicos, por enquanto não”, reiterou o gestor. Kamil também criticou o programa do Governo Federal, no sentido de tirar o subsídio que serve para a manutenção dos PSFs situados nos municípios brasileiros. Segundo ele, o Governo Federal destina R$ 4 mil para cada PSF’s. Com o programa Mais Médicos, esse valor é revertido para o custeio da alimentação e hospedagem desses médicos. “A prefeitura entende que para o município de Cuiabá isso fica muito oneroso”, afirmou Kamil. Com relação a Santo Antônio do Leverger, que também dispensou o Mais Médicos, o Ministério da Saúde informou que o motivo foi o mesmo de Cuiabá: a equipe de Saúde da Família está completa no município e, no momento, não há vagas. “A prioridade é a população e não o corporativismo dos médicos brasileiros” De acordo com o consultor jurídico do programa Mais Médicos, Jean Keijivema, a previsão é que mais de 200 médicos cheguem a Mato Grosso até março de 2014. Ele destacou que a atuação dos profissionais será restritamente nas comunidades carentes, “onde muitos médicos não querem ir”. Questionado sobre as críticas dos Conselhos Regionais de Medicina, de que não adianta mais médicos se não há estrutura para esses profissionais, Jean rebateu dizendo que o programa é muito mais amplo do isso. “O programa pretende investir R$ 16 bilhões em reformas e construção de Unidades Básicas de Saúde em todo Brasil. As unidades onde os médicos, do Mais Médicos, estão trabalhando já estão sendo revitalizadas, inclusive”, afirmou. O consultor jurídico disse ainda que o interesse maior é a população e não o corporativismo da classe médica. “É melhor mais médicos do que nada. O que é fato é que o mercado da medicina está muito aquecido e no final das contas, os profissionais estão concentrados nos grandes centros e falta médicos para atuar no interior e nas comunidades carentes”, analisou. Ele ressaltou que a média de médicos no Brasil, por habitantes, é muito baixa. “Por exemplo: na Argentina você tem 3,4 médicos para cada mil habitantes. Em Cuba você tem 6 médicos por mil habitantes. Mas no Brasil você tem apenas 1,8 médicos por mil habitantes, ou seja: falta médicos no país”, enfatizou. Sobre o Programa O programa Mais Médicos foi lançado pelo Governo Federal em 8 de julho. De acordo com o Ministério da Saúde o programa faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país. Conforme o Ministério da Saúde, os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custo pago pelo Governo Federal.
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