Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
MP recorre da sentença contra Arcanjo
Por Adilson Rosa/DC
28/10/2013 - 15:09

Foto: Dinalte Miranda
O Ministério Público do Estado recorreu da condenação do bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Quer um aumento da pena e, para isso, anteontem à tarde, o promotor criminal João Augusto Gadelha protocolou recurso de apelação junto à 1ª Vara Criminal da Capital. João Arcanjo Ribeiro foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado pelo mando do homicídio do jornalista e empresário Domingos Sávio Brandão de Lima, proprietário do Jornal Folha do Estado. Para o promotor, o resultado foi satisfatório, mas abaixo do esperado pela gravidade do crime. Ele explicou que com a apelação, o Tribunal de Justiça fará uma análise e poderá aumentar ou diminuir a pena. Em seu entendimento, o bicheiro deveria ter uma pena maior, já que a máxima para o crime é de 30 anos. Gadelha destacou que o réu confessou ser contraventor, além de contrabandista, porém não o crime de homicídio contra o empresário. “Era o início da vida da vítima que tinha constituído família. A morte foi um cala-boca em relação ao que ele (Arcanjo) estava fazendo”, frisou. Para o representante do Ministério Público do Estado, o bicheiro, além de mandar matar um empresário dono de um jornal, feriu a liberdade de imprensa. No julgamento, ocorrido pelo Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá e presidido pelo juiz Marcos Faleiros da Silva, os jurados, na sua maioria, entenderam que o réu foi o mentor intelectual do crime, motivado pelas matérias veiculadas no jornal Folha do Estado, de propriedade da vítima. O promotor criminal lembra que, com o julgamento de Arcanjo, o caso da morte de Sávio Brandão está concluído. Foram cinco denunciados que foram julgados e condenados – os ex-PMs Célio Alves de Souza e Hercules Araújo Agostinho, bem como João Leite e Fernando Belo. Arcanjo foi condenado por quatro votos a três como mandante de um homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa por parte da vítima. Cada uma das qualificadoras aumentou em um ano cada a pena base, fixada em 17 anos. O advogado Zaid Arbid, que defende Arcanjo, informou quer que o bicheiro ganhe progressão de pena, uma vez que já cumpriu um sexto dela. “Vamos buscar o semiaberto porque ele já tem esse direito pelos anos que ficou preso. Arcanjo está há 10 anos preso”, lembrou. O bicheiro, no entanto, também está preso por outros crimes e com a prisão preventiva decretada pelos homicídios de três jovens executados a tiros e enterrados em cova rasa no bairro São Mateus, em Várzea Grande e do empresário Rivelino Brunini e seu amigo Fauze Rachid Jaudi.
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