Detentos usam celulares em todos os presídios de MT, diz procurador
Por G1MT
26/10/2013 - 07:45
A entrada de celulares ocorre em todos os presídios de Mato Grosso e existe facilitação para que isso aconteça. A denúncia é do procurador-geral de Justiça de Mato Grosso Paulo Prado. Na quinta-feira (4), o Grupo Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, desarticulou, durante a operação 'Ad Sumus', uma quadrilha que atuava de dentro do sistema prisional, utilizando esses aparelhos. O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, confirmou que há agentes envolvidos e que providências estão sendo tomadas.
“Todos os presídios de Mato Grosso têm pessoas que estão usando o celular, que estão se comunicando com seus companheiros aqui fora, determinando que continuem a praticar crimes como homicídios e roubos a banco”, declarou Prado. O bando desarticulado na quinta-feira, segundo ele, também se comunicava com os comparsas por meio de e-mails.
O procurador diz ser preciso debater, em todo o país, a presença de celulares nos presídios e afirma que, de alguma forma, essa entrada é facilitada.
“Temos que conversar sobre como os celulares continuam entrando, como continuam trocando os chips. E como essas pessoas conseguem? Porque existe a facilitação. Existe alguém que está deixando de atuar como deveria e permitindo o livre comércio e o livre trânsito, principalmente de celulares dentro dos presídios brasileiros”, afirmou.
Porém, ele pondera que não há, até o momento, como afirmar que algum agente esteja envolvido com o bando preso pelo Gaeco no estado. “Mas, precisamos reavaliar como que todas essas comunicações e como esses aparelhos telefônicos conseguem entrar nos presídios”, declarou Prado.
O procurador-geral criticou a falta de estrutura, de material humano e de treinamento dos servidores. Para ele, é preciso reforçar o sistema como um todo, aumentando o quadro de funcionários e fazendo obras que possam permitir mais segurança a todos. “Existem dois caminhos: ou a participação, ou a falta de estrutura para evitar que aconteça. Eu prefiro acreditar na falta de estrutura”.