Vinte anos depois de ter sido deputado e o último representante de Cáceres na Assembleia, Zé Lacerda, que preferiu continuar como secretário de Estado de Meio Ambiente a se desincompatibilizar para ser candidato, se junta a outros caciques políticos da família para lançar o sobrinho, vereador e pecuarista Marcinho Lacerda, presidente do sindicato rural cacerense. O primeiro desafio será convencer o prefeito Francis Maris a retirar apoio declarado ao reitor da Unemat, Adriano Silva, que deixou o PMDB e migrou para o PP. Instigado pelo próprio Marcinho, o diretório municipal peemedebista convocou uma reunião para a próxima sexta. O presidente em exercício Rico Zatar será orientado a dar ultimato a Francis. Defende que o prefeito, por questão de fidelidade partidária, venha apoiar Marcinho para deputado estadual. Sem traquejo político, Francis deve ignorar a pressão. De todo modo, a investida de Marcinho, em busca de respaldo do prefeito peemedebista, tende a provocar racha. Perguntado neste domingo sobre a pré-candidatura, o vereador disse que, de fato, o tio Zé Lacerda optou por não concorrer e que a tendência agora é ele (Marcinho) entrar no páreo. Disse que já conversou com o deputado Carlos Bezerra, que conduz a legenda no Estado há duas décadas, e este o incentivou. Destaca que o partido vai incluí-lo na lista dos mais cotados e prioritários, assim como os deputados e pré-candidatos à reeleição Teté Bezerra, Baiano Filho e Romoaldo Júnior. Segundo Marcinho, há 20 anos Cáceres não conquista uma cadeira na AL e percebe que, no caso do PMDB, seu nome seria o mais forte, livre e disponível para a disputa pela região Oeste, pois detentores de mandatos pela legenda, como o prefeito Francis e os vices de Pontes e Lacerda e de Vila Bela da Santíssima Trindade estão "engessados", ou seja, precisariam renunciar aos cargos para entrar na disputa. Filho de Márcio Lacerda, que foi deputado federal, senador e vice-governador desde os anos 80, Marcinho admite que os virtuais candidatos com mais chances de eleição por Cáceres são Adriano e o médico Leonardo Albuquerque, que trocou o PSD pelo PDT e que teve votação expressiva para prefeito nas urnas de 2012. Acredita que desta vez o município pólo da região Oeste consiga garantir até duas cadeiras no legislativo mato-grossense.