Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Exército vai desativar destacamento da Corixa, fronteira está sem segurança
Por Diário de Cáceres/Clarice Navarro Diório
29/01/2014 - 17:57

Foto: corixa
Apesar de não haver um comunicado oficial do Exército, através do 2º Batalhão de Fronteira em Cáceres, já está decidido: os destacamentos do Exército na localidade de Corixa (Cáceres), Palmarito (que fica a apenas 4 km da Bolívia), Santa Rita e São Simão, serão desativados.A desativação já tem até mesmo data marcada: 28 de março. Hoje, os destacamentos atuam na segurança da fronteira Brasil/Bolívia com 15 militares em cada posto. Serão mantidos apenas três destacamentos, os de Casalvasco, Fortuna e Guaporé. Eles ficam nos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Porto Esperidião e Comodoro. Serão reestruturados fisicamente, passarão a contar com 60 militares, e serão transformados em Pelotões Especiais de Fronteira. As leis complementares 97, 117 1 136, de 1999 e de 2004, regulam o emprego das Forças Armadas. A 117, especificamente, autoriza que o Exército exerça o papel de polícia em áreas de fronteira. A notícia do fechamento do destacamento de Cáceres(Corixa) preocupa as autoridades locais e foi um dos temas da reunião realizada na manhã de hoje, 29, no gabinete do prefeito Francis Maris. A reunião contou com a presença de representantes da PRF, Câmara de Vereadores, Rotary Clube, seguradoras,Federação da Agricultura(Famato), Sindicato Rural de Cáceres e de São José dos Quatro Marcos, Exército, Polícia Federal, Cruz Vermelha, vice-prefeita Eliene Liberato Dias, secretário de Governo Washington Calado e meios de comunicação locais. O prefeito Francis Maris afirmou que vai buscar, junto aos ministérios competentes, uma forma do destacamento da Corixa também se transformar em Pelotão Especial. "Tentaremos o que for possível". Hoje, a extensão da BR-070 que dá acesso à Bolívia por Cáceres, é a única rodovia asfaltada e uma das mais utilizadas. O trecho está sem a presença de nenhuma força policial, a não ser a do Exército na Corixa. E o trecho é considerado o "corredor" para os crimes transfronteiriços, especialmente a passagem de veículos roubados/furtados, o descaminho e a entrada da cocaína. Também faz parte da rota de atuação do PCC-Primeiro Comando da Capital, facção que teve origem em São Paulo e hoje atua dentro de presídios e cadeias em todo o país. Ainda na BR-070, foi retirado o grupamento do Grupo Especial de Fronteira. Hoje, o Gefron e a Polícia Militar se revezam em outros três pontos: os postos do Indea na Corixa, na Corixinha e Avião Caído. Ainda assim, com a função específica de dar segurança aos agentes do Indea, nas ações relativas a defesa fitossanitária. Nos três postos, os policiais que atuam recebem diárias pagas pelo Indea, mas também exercem o papel de polícia e realizam várias apreensões de drogas e recuperação de carros roubados. A região que fica na extensão dos 150 km de fronteira seca abrange 22 municípios e milhares de propriedades rurais. Só em São José dos Quatro Marcos, são mais de 3 mil, e mais de 4 mil em Cáceres, segundo dados dos respectivos sindicatos rurais. E está praticamente desguarnecida de segurança. Órgãos como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estão com falta de efetivo suficiente para atender a demanda. Nas rodovias federais da região, a 070 e a 174, o tráfego diário é de 3 mil veículos. Do final de 2013 para cá, começou de novo uma ação criminosa que foi intensa anos atrás nas propriedade rurais da região: o assalto para roubar máquinas agrícolas, especialmente tratores. As quadrilhas invadem as fazendas já perguntando:"onde estão os traçados". A porta de saída dos tratores é por Pontes e Lacerda,pela MT 265, através das localidades conhecidas como Baia Velha e Avião Caído. A situação é tão grave que as seguradoras tem restrições e muitas já não fazem seguro de tratores e máquinas agrícolas. As que fazem, aumentaram -e muito- o valor do seguro. Hoje o Gefron, uma polícia criada para atuar especificamente na fronteira, tem postos fixos apenas em Vila Cardoso(Porto Esperidião) e Matão (Pontes e Lacerda). Com o conhecimento que Cáceres integra o corredor do tráfico de entorpecentes, e da deficiência de de segurança na área, a Prefeitura, a Acrimat e o Sindicato Rural, junto com outros segmentos organizados, realizam na segunda-feira, 03, o Manifesto Pela Segurança na Fronteira. Depois da manifestção, as autoridades pretendem se reunir com o governador do Esado, Silval Barbosa, e com autoridades federais (Ministéria da Defesa e Ministério da Justiça, além do Itamaraty, para levar a pauta de reivindicações da região na área de segurança. Veja matéria do manifesto de segunda-feira: http://www.diariodecaceres.com.br/exibir.php?noticia=6783
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