A greve geral da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) completa 37 dias hoje (22) e os professores finalizaram a elaboração do raio-x da instituição que fará parte de um dossiê das 56 universidades federais que estão em greve. O relatório entregue na próxima reunião com o Governo Federal que ainda não tem data marcada. Em assembleia geral realizada nesta quinta-feira (21), os professores da UFMT elaboraram um raio-x que possui todos os itens de reivindicação dos grevistas e revela a atual situação em que a instituição de encontra no que se refere a estrutura física, cursos de graduação, pós-graduação e das pesquisas e extensão da instituição, segundo o professor Maurélio Menezes, do Comando Local de Greve. Pesquisas que não atendem à sociedade, ausência de laboratórios, de livros, de espaço físico para docentes e alunos trabalharem e estudarem, internet precária, auditórios insuficientes, anfiteatro sempre alugado são alguns dos pontos em destaque. Além disso, o raio-x aponta que os docentes estão expostos a situações de insalubridade, que há a escassez de professores para atender à expansão dos cursos, assédio moral, inexistência de moradia para estudantes, problemas no restaurante universitário e quadras necessitando de reforma. O raio-x, segundo Maurélio, é uma resposta ao descaso que o governo tem demonstrado com a educação de nível superior no país. No início da greve, o governo Federal se recusava a negociar com os grevistas. Diante da pressão do movimento, teve que recuar e recebeu a categoria por duas vezes. No entanto, na última terça-feira (19), havia uma reunião marcada na qual o governo apresentaria uma proposta aos grevistas, mas esta foi adiada. “A justificativa foi que o Governo não conseguiu fechar a proposta em tempo hábil para reunião e não nos recebeu”, explica o professor. Na data, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, alegou que o governo não tinha uma proposta definida de carreira docente para levar à mesa de negociação. Assim, as 56 instituições federais em greve deram início a elaboração do dossiê que contará com o raio-x de cada federal, mas ainda não tem prazo de conclusão. No entanto, a UFMT já finalizou o raio-x que será encaminhado para Brasília ainda nesta manhã, segundo Maurélio. “Conversamos e pontuamos tudo que devia ser colocado. Após todas as universidades entregarem suas análises, o documento passará por uma relatoria para ser encaminhado ao Governo em um formato de reivindicação geral”, finaliza. Dessa forma, o documento será encaminhado ao Sindicato Nacional dos Docentes de Nível Superior (Andes SN), que está fazendo um diagnóstico sobre a realidade das universidades federais no Brasil. Com o dossiê, pretende-se denunciar a precarização das universidades federais, do trabalho docente e do ensino superior no país. Vale ressaltar que a greve na UFMT une os três segmentos da comunidade acadêmica: professores, técnicos e os mais de 20 mil alunos nos três campi da instituição, localizados em Rondonópolis, Barra do Garças e Sinop. Hoje será realizada uma assembleia com os professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) que entraram de greve na segunda-feira (18) para que se possam definir ações conjuntas para fortalecimento do movimento grevista. “A sociedade não se pode esquecer que a duração e permanência da greve tem como único culpado o Governo que não se posiciona. Os prejuízos aos alunos, professores e sociedade tem como único culpado o Governo”, finaliza.