Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Já deu!
Por por Alianna Caroline Sousa Cardoso Vançan
23/05/2014 - 14:16

Foto: arquivo

Já deu! Pra mim chega! Pra você não??? Não sou expert em política, sou uma negação em economia, não entendo muito de transporte público, não tenho PHD em desenvolvimento urbano, aliás, acho que é disso que o governo gosta, gente “desentendida”,  mas entendo de gente, de vida, de acordar todo dia muito cedo e levantar da cama com o propósito de melhorar a renda pra que no fim do mês sobre mais que contas sobre a mesa. Entendo de trabalhar muito, estudar pra melhorar o currículo, correr muito, andar de transporte público precário, num trânsito caótico, em vias esburacadas, com pressa pra ter uma hora pro almoço... e com medo da violência, do caos, do descaso... Não precisa ser um grande intelectual para perceber que nossa vida anda completamente abarrotada de insatisfações... Afora todas as cobranças advindas do mercado capital e essa coisa toda de capitalismo e meritocracia, essa cobrança absurda em se ser melhor todo dia e não poder parar e não poder esperar, e sem mencionar a tal da indicação para cargos denominados políticos, com um punhado de gente recebendo gratificação carinhosamente chamada de DGA e sem ter, primeiro, formação para tal, segundo qualquer disposição para trabalhar, é só uma coisinha de cabide mesmo... há ainda o inenarrável descaso de quem está no poder acerca de nossas condições de vida... Sempre me questiono, onde residem esses seres??? Certamente não na minha cidade, o caos não tem escolhido bem a quem incomodar, todos os carros correm e se entopem nas esquinas, seja um fusca ou uma BMW, os desvios “copianos”, leia-se fruto das obras da copa, e do descaso com a cidade, afetam diretamente a todos. Não há paz! Talvez em seus condomínios de luxo não haja engarrafamento, mas garanto que para chegar até eles, não há uma esquina vazia, todas estão entupidas de gente, e gente irritada, agressiva, sem calma, com pressa. Se morassem aqui, acho que sentiriam o vazio das horas estressantes no volante. NÃO! Pode ser que eles morem aqui, mas seus relógios não obedecem os mesmos prazos que os meus, que os seus... Suas vidas não está predestinada à correria do dia-a-dia... O Koyaanisqatsi[1] está reservada apenas pra gente como a gente. Deve ser por isso que não fazem nada para melhorar o trânsito, o andor, as ruas, os buracos, o lixo espalhado, a cidade. E não, não me refiro à cada um fazer sua parte. To falando sim, é da parte que cabe, por disposição normativa de lei grafada desde a Consituição Federal às normas municipais que engedram toda a máquina sistêmica, concedendo aos governos, de Presidente da República à vereadores municipais, a responsabilidade de representação popular, mediante voto democrático e direto. Mas será??? Algo está errado,  e essa conta não fecha há muito tempo. Mas agora acho que o saldo anda tão negativo que se tornou impossível acordar pela manhã e não se recordar que até pra ser preso, esse pessoal, vai de jatinho e não camburão, que a prisão que terão será fast e que seus patrimônios vai continuar sendo gigantesco e o meu, e o seu, miserável!. Queria aqui falar dos fatos ocorridos ontem, 20/05/2014, onde parece que a Polícia Federal andou desmantelando algumas “oligarquias” do crime, mas acho que ainda estou meio cabreira com a situação, preciso de mais um tempo pra acreditar que é verdade, aliás, pra ver se é verdade, só ver essa gentalha ser levada de avião pra Papuda, não me convence ainda, por medo mesmo, de que algo vai de fato acontecer, e não me refiro aqui à “competência” dos profissionais da segurança da Polícia Federal, falo mesmo, é de toda lambança, que, como o caos, não se precisa ser muito entendido das coisas pra perceber que se cospe impunidade política todos os dias na nossa cara. O fato é que resido na capital de um estado que sempre fora apelidado de “terra de ninguém” e hoje percebo que o apelido está equivocado, trata-se, na verdade de terra de muitos, mas não das gentes, é terra de latifundiário, plantador de soja, prefeitos, deputados, políticos em geral, donos não só de terras, donos da gente... pessoas que saem na Forbes como milionários, a custa de exploração de muita gente que sua, de suor mesmo, todo dia pra dar de comer aos seus... E há tanta coisa pra mencionar, em pleno século XXI, aqui na nossa cara, tem gente sendo feita escravo, tem gente que não saiu coisa nenhuma da miséria. E tem a violência, ah a violência... medo constante, falta de segurança, sentimento de impunidade... a greve, a inflação, os buracos nas ruas, a água vazando em frente minha casa há meses e ninguém faz nada, nem eu! É... assim que a banda toca, que a coisa anda, a gente “ta” tão tonto com tanta coisa e tão ocupado em tentar se safar da falta de grana, da correria, tão ocupado em tentar passar num concurso melhor, viver melhor, egoísta mesmo, preocupado com nosso imposto de renda e se a grana vai dar pra pagar as contas, que rola uma inércia na hora de fazer alguma coisa de verdade. Pois bem, serve este texto, como ferramenta de verdade pra mim também, a questão é que tenho percebido que a coisa como está é culpa minha também, sei lá... culpa sua, (não se esquive), votamos não foi? E sem falar do jeitinho brasileiro de sempre querer sair por cima, e sem falar também do egoísmo nosso de cada dia, da sociedade da aparência, do hiper consumo, de gente que não está muito preocupada com o outro e do alto de seus prédios, ou do conforto de suas casas desenhadas por arquitetos, não percebe que o que vocÊ tem a ver com a corrupção é tão intrínseco com seu comportamento cotidiano que ouso dizer que corrupção, assim como violência, é parte de nossa personalidade. De fato há muito sobre o que falar, aliás, um dia fatídico (20/05) para Mato Grosso, como ontem, onde Governador, deputado e ex-secretário de estado presos, Eleições suspensas na UNEMAT por irregularidades, gente da mídia envolvida, gente dos “táxis” que também tem um rabinho preso aqui e acolá, e parece que de fato, está tudo terrivelmente articulado e dominado pelos "podres poderes" do Estado. E a gente ainda tem muito a ver, pensar, analisar... Então e é ano político, é ano de copa, ah essa coisa toda da copa, estão faltando o que? 20 dias??? E o voto? A urna eletrônica??? E as pessoas que parecem do bem e em busca do seu quinhão, da sua teta a mamar, se misturam e acabam sendo contaminados pela síndrome do poder??? Pois bem, o texto podia agora ter um final incrível, daqueles que nos dão lição de moral e mostram um monte de coisa que todo mundo sabe, mas ele vai na verdade, ter continuidade, num outro momento em que eu conseguir encaixar o hábito de pensar na minha agenda, assim como a sua, lotada, o fato é que o texto continua, e agora eu tenho que correr pra tomar banho e me aprontar, sou mais um no Brasil da Central, quase atrasada para o horário do trabalho. Sim, eu tenho um ponto a bater pra ajudar a máquina a continuar a andar... Enquanto isso, vamos refletindo... há ainda muitas notícias a vagarem pelas mídias, muita coisa a ser compartilhada, inclusive, esse meu sentimento de inércia. Obrigada!

 

 

*Alianna Caroline Sousa Cardoso Vançan

Advogada, servidora pública atualmente em exercício perante a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, aluna especial do programa de pós-graduação, mestrado, em filosofia e estudos da cultura contemporânea.

 

[1] Koyaanisqatsi, também conhecido como Koyaanisqatsi: Life Out of Balance, é um filme documentário de 1982 dirigido por Godfrey Reggio com música de Philip Glass e cinematografia de Ron Fricke. Na língua hopiKoyaanisqatsi significa "vida maluca, vida em turbilhão, vida fora de equilíbrio, vida se desintegrando, um estado de vida que pede uma outra maneira de se viver"

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