Terminou sem acordo a mediação realizada ontem (04), em Cuiabá, pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, para dirimir os conflitos entre o JBS, o Sindicato dos Tralhadores na Alimentação, Frigoríficos, do Álcool e de Refinação de Açúcar nos Municípios de Tangará da Serra e Região (Sintiaal) e os empregados das unidades do frigorífico em Diamantino, Juara e Juína.
A audiência, que começou às 15h e foi encerrada somente às 18h40, contou com a participação da presidente do sindicato laboral, Nara Leão, do representante do sindicato patronal, Jovenino da Cruz Borges, e do gerente regional de Recursos Humanos da empresa, Carlos Eduardo Mercúrio, este último acompanhado de quatro advogados.
Durante a mediação, tanto o JBS quanto os trabalhadores confirmaram que duas plantas, de Juara e Diamantino, estão há mais de 10 dias com paralisação parcial das atividades, as quais vêm sendo mantidas por meio de remanejamento de operários de outras unidades.
O gerente regional Carlos Eduardo Mercúrio deixou claro que a orientação da empresa era no sentido de dar andamento às negociações exclusivamente por meio do sindicato patronal, ou seja, de não tratar o assunto diretamente com os trabalhadores. Mercúrio explicou que tal posicionamento se deu em razão dos métodos utilizados pelos empregados para forçar um acordo coletivo de trabalho. A presidente do Sintiaal, por sua vez, afirmou que a greve foi deflagrada em razão do frigorífico não ter cumprido propostas anteriormente pactuadas.
Segundo o procurador do Trabalho Leomar Daroncho, que conduziu a mediação pelo MPT, apesar da resistência dos dois lados em celebrar um acordo, houve avanços. “Conseguimos abrandar um pouco as restrições impostas tanto pela empresa quanto pelos trabalhadores para dar início a uma negociação, tendo sido possível, inclusive, ouvir alguns tópicos de reivindicação. Todavia, as posições extremadas dificultaram a resolução do impasse”, frisou.
Posições
No final da mediação, após consulta aos trabalhadores que aguardavam do lado de fora do MPT desde o início da manhã, para que autorizassem a negociação com o frigorífico, o sindicato apresentou suas principais propostas, mas a maioria foi rejeita pelo JBS, como a garantia de emprego pelo período de seis meses para aqueles que participaram da greve e o abono dos dias parados.
Diante da posição da empregadora, o Sintiaal informou que estava inviabilizado o prosseguimento da negociação coletiva. A empresa comunicou, por fim, que suscitou dissídio coletivo na Justiça do Trabalho e que aguardará a decisão do Tribunal.