A presidente da Colônia da Pescadores Z-2 de Cáceres, Elza Basto, informou que, devido a ação de atravessadores, a Colônia esta ano deverá ter um estoque baixo de peixes para vender na Semana Santa. “Comerciantes de municípios da região procuram os pescadores nos pontos de desembarque, ou até mesmo no rio, e oferecem um preço melhor e acabam levando o pescado”- disse ela.

Elza informou que para conseguir abastecer a câmara frigorífica da Z2, está pagando de 18 a 20 reais o quilo dos  considerados peixes nobres e mais procurados, o pintado e o pacu, quando o preço final  ao consumidor será de 25 a 27 reais. “Estou tentando pagar o que os atravessadores pagam, mas mesmo assim a quantidade que estou conseguindo é pouca”. Ela explica que o pescador, apesar de associado a Colônia, usufruindo o que uma entidade representativa oferece –luta pelos seus direitos, emissão de sua carteira funcional, fazer o cadastro do seguro desemprego, etc; não é obrigado nem tem qualquer tipo de compromisso ou acordo para vender o peixe para a Colônia. Ele é livre para vender para quem quiser. “Vai da vontade dele. O ideal seria que o pescado, ou pelo menos a maioria dele, fosse vendido para a Colônia, que vai abastecer a população. Aqui, a Colônia, é a “casa do pescador”, e gostaríamos de ter como retorno o reconhecimento da categoria. O giro financeiro deveria ficar no município, pois aqui eles adquirem o combustível, o gelo, os gêneros alimentícios para o acampamento. A pesca é uma atividade produtiva que gera impostos, garante empregos. Mas a ação dos atravessadores está forte e a estimativa é que tenhamos poucos peixes na Colônia, onde sempre lutamos para oferecer um preço final justo ao consumidor”.

Ela conclui dizendo que a população é que arca com as consequências. “A tradição cacerense de comer peixe do rio na Semana Santa é forte, e pelo visto, os peixes de tanques ganharão mais adeptos”.

Hoje, a Colônia tem mais de 800 pescadores associados.