projeto se arrasta há 25 anos
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Seneri Paludo, participou ontem de um workshop em Cáceres, sobre a criação da ZPE. O evento reuniu políticos, estudantes, empresários e funcionários públicos do estado, município e da união. Foram mais de quatro horas de debate sobre a implantação da Zona de Processamento e Exportação, no evento que aconteceu na sede do Rotary Clube da rua 13 de Junho, no centro da cidade. Foram três palestras e depois a discussão em grupos de trabalho formados entre os participantes. O secretário Seneri Paludo falou sobre como estão os trabalhos da comissão formada pelo governo para colocar a ZPE em funcionamento, explicando que o grupo trabalha em três vertentes: a primeira, em relação ao custo de obras que permitam o início do funcionamento. O levantamento, segundo ele, deve ser concluído em 30 dias. A segunda vertente é um Projeto de Lei do governo no sentido de tornar a ZPE mais atrativa para investidores, com a redução da carga do ICMS para setores como energia, frete e telecomunicações. E a terceira vertente é a construção do Porto de Morrinhos.
O engenheiro Adilson Reis,de Cáceres, que acompanha o processo da ZPE desde o início, há 25 anos , afirmou que o prazo para a consolidação das obras iniciais é de um ano a um ano e meio. “Em seguida, temos que consolidar a área alfandegada pela receita Federal. Temos então um horizonte de três anos para uma ZPE em funcionamento”. Segundo ele, os investimentos iniciais seriam de 12 a 20 milhões de reais.
O analista do Sebrae, André Luiz Scheline, também foi palestrante no workshop, falando sobre a preparação do município e da região para receber a ZPE.”O Sebrae está acompanhando o processo de implantação da ZPE, e no caso, especialmente o setor de prestação de serviços. A consolidação do projeto fará com que sejam implantados atendimentos em logística, aeroportos, portos, estradas, serviços de rastreamento, armazenagem, tecnológicos, manutenção de navios e aeronaves, estaleiros, abastecimento. E ainda os decorrentes do fluxo migratório, como setores de alimentação, moradia, hotéis, bares e restaurantes, entre outros”.
As empresas demonstraram otimismo, como afirma o pecuarista Pedro Correa Neto, que espera atuar dentro da ZPE no ramo de látex, beneficiando a borracha natural que vem do campo, a transformando em GEB, para direcionar o produto ao mercado leve. “Estou muito confiante- disse ele, e espero que muitos estejam, pois vejo que a equipe de trabalho está bastante empenhada em fazer o projeto funcionar. E a ZPE é um grande mecanismo de desenvolvimento regional”.
O prefeito Francis Maris Cruz afirmou que o município continua com o seu papel, procurando executar obras de suporte mas, além disso, estar ao lado do governo do Estado, buscando o empenho do mesmo para transformar a ZPE em realidade. “Desde o início vimos o entusiasmo do governador Pedro Taques com a ZPE”-afirmou. A credulidade do prefeito é compartilhada pelo presidente da AZPEC, que administra a ZPE de Cáceres, Pedro Alexandrino Panoff de Lacerda. “Pelo que estamos acompanhando, acreditamos que a ZPE já pode ser considerada uma realidade. Estou muito otimista”-concluiu