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Indeferimento Preconceituoso
Por por Nestor Fernandes Fidelis
25/05/2015 - 12:58

Foto: arquivo

fato ocorreu em Indiavaí(Nota da redação do site Diário de Cáceres)

É uma maravilha poder nos ombrear ecumenicamente com pessoas das mais diversas religiões, refletindo, orando, na busca de levantar templos (íntimos) às virtudes e transformando vícios em bons hábitos.

Assim como a organização católica, bem como os budistas, os evangélicos pentecostais, os adventistas, e tantas outras organizações religiosas, o movimento espírita organizado tem feito seu trabalho de levar luzes às trevas da ignorância, tendo Jesus por seu Modelo e Guia maior.

No interior do estado de Mato Grosso, aonde encontramos 70% de pequenos municípios, ainda há alguns obstáculos para poder reunir um número maior de pessoas em ambiente condizente com a proposta reflexiva e de mudança interior, principalmente quando se organizam palestras que tem como oradores pessoas vindas de outras cidades. Nestes casos, os nobres vereadores e a presidência dos Parlamentos Municipais tem, gentilmente, cedido o prédio da Câmara Municipal para abrigar os referidos eventos nos quais não se cobra ingresso, mas sim, se convida para ouvir, refletir e orar.

Tal conduta amigável, ecumênica e respeitosa do Poder Legislativo Municipal tem arrimo no fato de que o Parlamento, quando não está em suas sessões ordinárias ou extraordinárias, é um prédio público que deve satisfazer a vontade popular, mesmo das minorias, como os espíritas. Aliás, mesmo sendo minoria, mas somente pelo fato de ser existente, os espíritas merecem, no mínimo, respeito e consideração, mesmo porque, segundo o IBGE, com maior rendimento e instrução, o número de espíritas cresce 65% no País em 10 anos.

Merece respeito a decisão do Presidente do Poder Legislativo de um município do oeste de Mato Grosso, que INDEFERIU o pedido de cessão do plenário da casa para uma palestra, assim como o parecer jurídico que se rebuscou em Ruy Barbosa para dizer que o Estado é laico e isso impediria a cessão do espaço pelo lapso temporal de duas horas.

Porém, tratava-se apenas da cessão do espaço físico, como tem sido feito em todos os demais municípios de nosso estado, considerando a não existência, nos mesmos, de um auditório mais amplo.

Que feio! Que lamentável! Ninguém pediu que a Casa de Leis Municipais assumisse um caráter religioso ou espírita, ou mesmo que o Estado deixasse de ser laico. Mas apenas, fraternalmente, solicitou-se a cessão de um espaço físico para se palestrar sobre "O significado das Leis Divinas em nossas vidas".

Parece-nos que aquela Câmara Municipal está na contramão da paz e do natural movimento ecumênico de aproximação respeitosa que vem ocorrendo entre as mais diversas religiões sérias, porquanto o escopo de todas elas, sobretudo das cristãs (que conhecemos e podemos citar por também sermos seguidores do Evangelho de Jesus), nada mais é do que a reforma íntima de cada criatura, a fim de que as Leis de Deus se tornem uma realidade fática em sua vida, e não mero discurso bonito na boca de quem prega, mas não se empenha por viver a realidade evangélica.

"Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem", disse Jesus. Em verdade, por conta de condutas como esta que acabamos de presenciar, somos levados a concluir que devem existir mais discípulos de Jesus vivendo e praticando o amor fraternal fora das instituições religiosas; e que muitas guerras de cunho religioso tem seu início no coração de cada ser humano.

Prossigamos em frente. Como sempre nos lembra nosso amigo Lacordaire A. Faiad, citando o livro "Renúncia" de Emmanuel/Chico Xavier, "por mais que a treva negreje, por mais que o mar esteja revolto, lembramo-nos sempre de que Jesus está no leme".

Na primeira metade do século passado, em Cáceres, nosso amado e paternal Sr. Praeiro, Aristotelino Alves Praeiro, sentia o desprezo de pessoas que atravessavam para o outro lado da rua somente para não passar próximo dele na calçada das vias públicas, nada obstante o buscassem em segredo para atendimentos pelo diálogo fraterno, ou mesmo sabendo o imenso trabalho no Bem que ele fazia, sobretudo para a população ribeirinha, que não tinha água potável para consumir.

No início da década de 80, em Araputanga, Dona Anita e sua equipe de trabalhadores do Bem que fundaram o Centro Espírita Fé e Esperança eram vítimas da intolerância religiosa de pessoas, certamente ignorantes, que ateavam fogo na primeira construção do centro espírita, que era de madeira.

Infelizmente, nos dias atuais, ainda nos deparamos com aberrações sociais. Porém, como o bem não é mais tímido como outrora, sabemos que tais atitudes já são exceção em nossa sociedade sedenta de amor, paz, fraternidade e de Jesus não somente nas palavras.

Sigamos em frente, como aprendizes da vida, tomando sobre nós as Leis Divinas como o jugo suave de Jesus, a fim de que, vivenciando as virtudes, os fardos se tornem mais leves e possamos chamar a todos de irmãos, filhos do mesmo Pai Amoroso, Justo e Bom.

 

artigo de Nestor Fidelis, advogado

 

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