Cáceres está sem uma única dose de soro anti-veneno, conhecido como soro antiofídico, nos hospitais e no Pronto Atendimento Médico. Na semana passada, um homem morador da zona rural do município, foi picado por uma cobra (uma boipeva) e teve que ser encaminhado as pressas para ser socorrido em Cuiabá.
O coordenador de Vigilância Sanitária do município, Josué Alcântara, confirma a informação e esclarece que encaminhou hoje(8) ofício ao Ministério Público Estadual expondo o assunto. O soro é distribuído através de um programa do governo federal, pelo Ministério da Saúde, às secretárias de Saúde do Estado, que por sua vez fazem o repasse aos municípios. O número de doses varia de acordo com a média de acidentes registrados mensalmente em cada município.
O problema vem desde 2014, e segundo Josué é decorrente da morosidade do governo federal no processo de aquisição do soro, fabricado pelo Instituto Butantã. Em Cáceres, o problema se agravou porque de três meses para cá, segundo informa o coordenador, o número de casos com animais peçonhentos dobrou. “Tínhamos uma média de seis, sete casos por mês. Nos três últimos meses registramos 14 a 16 casos”.
Josué explicou também que o soro não é vendido por empresas privadas, sendo disponibilizado apenas para a rede pública de Saúde, através do SUS. “Geralmente o abastecimento é feito ao PAM e também nos hospitais que atendem pelo SUS. Hoje não temos uma única dose disponível. Esperamos receber ainda essa semana. Se alguém chegar precisando deste tipo de atendimento, deverá ser regulado e encaminhado para Cuiabá, para ser atendido”.