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Audiência debateu os problemas e buscou medidas para a saúde mental
Por Lis Ramalho/assessoria
16/09/2015 - 06:45

Foto: arquivo

O tema, até então, pouco discutido, trouxe a tona o tabu existente sobre o assunto

 

Cerca de 200 pessoas, entre profissionais e estudantes, ligados a área da saúde mental participou da audiência pública, realizada nesta segunda-feira (14), pelo deputado Dr. Leonardo (PDT). O tema, até então, pouco discutido, trouxe a tona o tabu existente sobre o assunto. Autoridades do Governo do Estado, juízes, representantes de entidades e presidentes de associações da área, também estiveram presentes. Todos expuseram suas opiniões sobre os problemas e propuseram melhorias.

 

O parlamentar destacou que a audiência foi o “ponta pé” inicial para começar os debates com o Governo do Estado e profissionais da área, para se chegar a um entendimento de melhorias no sistema. “O que não pode é continuar assim; os pacientes sofrendo, as famílias sofrendo. Temos que traçar um plano estadual de enfrentamento e elaborar um modelo que traga as soluções e medidas para esta área”, afirmou.

 

O presidente da Associação Mato-grossense de Psiquiatria, Dr. André Duailibi elogiou a iniciativa do deputado. Segundo ele, há muitos anos não se discutia sobre saúde mental e por conta disso o sistema se tornou mais deficitário. “Infelizmente, um assunto tão importante foi deixado de lado por muitos anos; pois esta é a primeira vez que sou convidado para debater este tema. Acredito que este será o primeiro passo para melhorarmos o sistema”, disse.

 

O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Gabriel Felsky propôs a criação de comunidades terapêuticas, que seriam um novo formato de internação, dando suporte aos hospitais. “Os profissionais têm muitas dificuldades, pois não existem hospitais especializados, falta profissionais, falta estrutura para se trabalhar”.

 

A coordenadora do Centro de Valorização a Vida (CVV), Isaura Titon destacou que o Setembro Amarelo – Prevenção ao Suicídio foi criada no intuito de quebrar o tabu que existe sobre este tema. Para ela, é necessária a criação de políticas públicas e uma rede de prevenção, pois a saúde mental engloba a depressão – considerada doença do século. Dr. André complementou dizendo que “um a cada duas pessoas sofreram ou vão sofrer de depressão”.

 

A falta de interesse na área da saúde mental levou o desmantelamento do pouco já existente, como por exemplo, o fechamento do pronto atendimento do Centro Integrado de Assistência Psicossocial (CIAPS), hospital Adauto Botelho, em Cuiabá. O Hospital Paulo Tarso, referência em saúde mental em Rondonópolis, também vem sofrendo desde 2003, pela diminuição de repasses por parte do estado.

 

A atual crise na rede de assistência em saúde mental se deve, entre outros motivos, aos cortes de verbas que são repassadas às entidades para o atendimento, via Sistema Único de Saúde (SUS) e reflete uma situação nacional, diante do contingenciamento de recursos pelo Ministério da Saúde.

 

O psiquiatra, Alberto Carvalho de Almeida lamentou que hoje não exista um hospital referência para atender pacientes em surto. “Como que atende um paciente em surto dentro de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com outros pacientes, sem medicamento e sem um médico especialista? Bem ou mal, o Adauto Botelho atendia, mas, infelizmente o que o SUS paga, hospital nenhum consegue sobreviver. É necessária a realização de um concurso público, com salário digno e estrutura de trabalho, pois dessa forma o profissional se sente desmotivado em trabalhar na área”, salientou.

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