Os profissionais da enfermagem, que trabalham no Hospital Regional de Colíder, a 648 km de Cuiabá, paralisaram as atividades da categoria nesta segunda-feira (1º) devido ao atraso no pagamento dos salários há dois meses. Os trabalhadores também reclamam da falta de equipamentos na unidade. Ao todo, cerca de 170 funcionários, aderiram à paralisação. Segundo o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT), 30% dos trabalhadores mantêm os atendimentos.
Em Sinop e Alta Floresta, a 503 e 800 km de Cuiabá, respectivamente, os enfermeiros já pararam de trabalhar na semana passada em protesto contra os atrasos.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, por meio de assessoria, que o pagamento do mês de dezembro aos funcionários será feito até a próxima sexta-feira (5). Sobre os fornecedores, a SES alegou que os pagamentos começaram a ser liquidados nesta segunda. O repasse, segundo o órgão, só é feito após a prestação de contas da empresa contratada para administrar o hospital.
Com nariz de palhaço e faixas, os profissionais se concentraram em frente ao hospital em protesto. Segundo o enfermeiro Adriano Noquele, a categoria não recebe desde dezembro. Além disso, os funcionários reclamam que faltam materiais de trabalho na unidade hospitalar."Em alguns setores faltam materiais essenciais, como monitores e respiradores. É insalubridade trabalhar em um local assim”, declarou o enfermeiro
Entre as reivindicações dos trabalhadores também está a contratação de novos profissionais e o pagamento de diárias durante viagens a trabalho. “Por causa da falta de salário, alguns funcionários pediram demissão, o que nos sobrecarregou. Não recebemos nem hora extra, muito menos diárias quando viajamos”, afirmou.
Os profissionais de enfermagem de Sinop e Alta Floresta paralisaram as atividades na quinta-feira (28). Os trabalhadores alegam que não recebem salário desde dezembro.
Para o presidente do Sinpen, Dejamir Souza Soares, o problema se deve à falta de uma política clara de administração. “O governo do estado ainda não definiu a política de gerenciamento em relação aos hospitais regionais, o que acaba prejudicando os repasses e, por isso, atrasa os salários”, apontou.
De acordo com o sindicato, o governo efetuou o pagamento de um dos meses atrasados para parte dos funcionários. No entanto, a categoria deve manter a paralisação até um posicionamento da Secretaria Estadual de Saúde sobre a política de administração das unidades hospitalares.