Na manhã de ontem (16.02), aconteceu a abertura do Seminário Defesa Sanitária no Mato Grosso no auditório do Edifício Cloves Vettorato, em Cuiabá. A cerimônia contou com a presença de representantes do setor produtivo da suinocultura e do governador em exercício, Carlos Fávaro, que anunciou a criação de sete novos postos de fiscalização sanitária em 2016. Os postos serão possíveis por meio de uma parceria entre o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).
Conforme Fávaro, o governo está trabalhando de forma integrada para trazer resultados para o setor de produção de carne suína, que tem um grande potencial de expansão nos próximos anos. "Uns dos focos do governo do estado no seminário é buscar a implementação da certificação da Organização Mundial de Saúde Animal para que Mato Grosso seja declarado livre da peste suína clássica, o que possibilitará alcançar novos mercados para a carne suína" afirmou.
Ele citou ainda que a missão do governador Pedro Taques durante esta semana em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que conta com a participação da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), no Fórum Global para Inovações na Agricultura, é justamente abrir mercado para os produtos mato-grossenses. No entanto, é preciso fazer a lição de casa e dar condições sanitárias para certificação dos produtos.
“Não basta termos matéria prima abundante e barata para sermos competitivos. Temos que ter uma ação conjunta entre o estado e o setor produtivo. A iniciativa privada precisa ter sanidade, e o governo tem que fiscalizar. Tudo isso, somado as medidas discutidas neste Seminário ocasionará em portas abertas no mercado internacional”, complementou o governador em exercício, afirmando o comprometimento público com a cadeia produtiva.
Para o diretor da Acrismat, Aréssio Paquer, a carne suína tem capacidade para crescer no Estado e aumentar o numero de exportação, pois possui a matéria prima mais barata do mundo (soja e milho) para a produção de suíno, porém para isso é essencial à questão sanitária.
“A abertura de novos mercados só virá com uma política sanitária forte, e nós temos trabalhado em conjunto com o Governo do Estado para isso, tanto que em maio vamos à busca da certificação da OIE. Mato Grosso tem muito potencial, principalmente por oferecer um produto de alta qualidade e com sanidade garantida. Para os próximos três anos novos investimentos serão realizados e passaremos de 135 mil matrizes para 180 mil”, pontuou.
O presidente do Indea, Guilherme Nolasco, conta que no ano passado quatro novos postos já foram abertos, um na cidade de Guarantã do Norte, um em Vila Rica, divisa com o Pará e mais dois postos volantes utilizados como barreiras sanitárias em diversos municípios.
Segundo o diretor de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Jurandir Machado, estimular um ambiente para que se estabeleça uma relação de parceria entre setor privado e público é essencial para a questão sanitária.
“Prevemos que a suinocultura irá estourar no Estado, principalmente por possuir vantagens como matéria prima barata e assim que a aprontarem o sistema de logística de MT, as exportações do estado devem crescer. Por isso estamos aqui conversando com setor e o governo para que tenhamos uma política de defesa sanitária forte”, disse.
Fiscalização sanitária
A ampliação do serviço de fiscalização sanitária faz parte de um conjunto de ações do governo para que Mato Grosso possa receber a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), quebrando a barreira que hoje impede a ampla exportação da carne suína. Atualmente, 16 estados estão habilitados pela OIE, e destes apenas dois se destacam na produção.
Mercado
No ranking mundial o Brasil está em 5º lugar na produção de carne suína. Segundo o Ministério da Agricultura, até 2020 a expectativa é que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial. Já a carne de frango terá 48,1% das exportações mundiais e a participação da carne suína será de 14,2%.
Evento
O Seminário de Defesa Sanitária de Mato Grosso discute entre especialistas e autoridades dos setores públicos e privados procedimentos sobre a condição sanitária para a criação e a produção de carne suína. O evento segue até está quarta-feira (17.02), no auditório do Edifício Cloves Vettorato, em Cuiabá. O evento realizado pela Acrismat em parceria com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), conta ainda com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso.