Num dos casos, um sargento era acusado de abusar sexualmente de sua enteada de 13 anos; em outro, o policial era acusado de tráfico de drogas
Em portaria publicada ontem no Diário Oficial do Estado (DOE), o Comando da Polícia Militar de Mato Grosso (PM/MT) oficializou a demissão de mais um policial por transgressão disciplinar. Apenas neste mês, está é a quinta expulsão de militares, que responderam a processo na Corregedoria da PM.
Este último caso trata-se do 3º sargento Elias Murtinho, acusado de abusar sexualmente de sua enteada de 13 anos, em 2013. Consta no ato de demissão, assinado pelo comandante da PM, coronel Gley Alves, que o ex-sargento teria se aproveitado do laço familiar com a menor e aproveitava do momento que ficava a sós com a garota para praticar abusos sexuais diversos, que aconteciam no período que a vítima residia com a genitora e o acusado.
Assim, conforme portaria, ele infringiu valores éticos, morais, deveres e obrigações previstos no Regulamento Disciplinar da PM. Antes de aplicar a sanção disciplinar, feito um levantamento dos antecedentes e históricos do transgressor, que entrou na corporação em 1992. Com 21 referências elogiosas e quatro punições, o ex-sargento tinha um comportamento considerado “bom”.
“Há circunstâncias atenuantes, como bom comportamento e relevantes serviços prestados. Por outro lado, existem circunstâncias agravantes: prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões, ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica, por ter praticada a transgressão com premeditação de maneira que a transgressão disciplinar militar é classificado de natureza grave”, justifica. A investigação da Corregedoria da PM foi aberta em 2015.
O ato de demissão determina que o comandante imediato do militar expulso recolha sua identificação funcional, o fardamento e os apetrechos que pertençam à Fazenda Pública Estadual e que estejam em poder do policial. E que os remeta, para a Seção de Apoio Logístico e Patrimônio da Corporação.
Na última terça-feira, o Comando publicou no D.O. a expulsão de um soldado e um cabo. O soldado teria facilitado a entrada de drogas na Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, em novembro de 2010. Ele deixou uma mulher, identificada pelas iniciais D.M.B., entrar na penitenciária com 72,74 gramas de maconha.
Já o cabo da PM foi preso em 2013, sob a acusação de tráfico internacional de armas de fogo e munições. Detido no município de Maracaju (MS), quando retornava da cidade de Pedro Juan Cabalerro, no Paraguai, ele estava de posse de dois revólveres de uso restrito e várias munições.
Já no início do mês, outros dois policiais militares foram expulsos após ficar devidamente comprovada a participação em um assalto na sede da Renosa, distribuidora da Coca Cola no município de Rondonópolis (250 quilômetros da capital). Tratam-se dos soldados Ricardo Duarte Neves e Genival Ferreira de Sousa. O crime ocorreu em 2011.