Prefeitos: 141
Homens: 111
Mulheres: 30
Idade média: 50 anos
Curso superior: 39 prefeitos
Principais profissões:
Empresários: 34
Setor rural: 23
Comerciantes: 13
Professores: 10
Naturalidade:
MT: 32
PR: 28
RS: 19
GO: 14
SP: 14
SC: 12
MG: 10
MS: 6
BA: 2
CE/MA/PB/DF: 1 cada
Reeleitos: 30
Com 50 anos, sexo masculino, ligado ao setor rural, apto a disputar reeleição, sem curso superior. Este é o perfil do prefeito de Mato Grosso. Esta qualificação não inclui a filiação, porque está em curso a janela que permite a troca de partido e a movimentação é intensa, principalmente rumo ao PSDB e PSD do governador Pedro Taques e do vice-governador Carlos Fávaro, respectivamente.
Em 21 municípios os prefeitos têm entre 33 e 39 anos. Valdirzinho do Posto (Santo Antônio de Leverger) com 33 anos é o mais novo nessa faixa. Duas mulheres integram esse grupo e uma delas é Solange Kreidloro (Nova Bandeirantes).
Mato Grosso tem 40 prefeitos na faixa de 40 a 49 anos; 57 entre 50 e 59 anos; 19 entre 50 e 59 anos; e quatro, todos do sexo masculino, acima de 70. O mais velho é Arnóbio Vieira de Andrade (Marcelândia), com 76 anos; também com 76 anos, porém mais novo que Arnóbio e Antônio Ribeiro Torres (Barão de Melgaço).
Em Mato Grosso nasceram 32 e, desses, 18 administram suas cidades natal, a exemplo de Roberto Farias (Barra do Garças). Mariledi Araújo (Pedra Preta) está entre os 28 paranaenses. Gaúchos respondem por 19 prefeituras incluindo a de Campo Novo do Parecis, com Mauro Berft. Nascidos em Goiás e São Paulo estão empatados em 14; Emival Freitas (Porto Alegre do Norte) é goiano; e Francis Maris (Cáceres), paulista. Miguel Brunetta (Santo Antônio do Leste) é um dos 12 catarinenses. Lino Cupertino (Figueirópolis D’Oeste) é um dos 10 mineiros. Ilma Grisoste (Sapezal) integra o grupo de seis sul-mato-grossenses. Anivaldo Santana (São José do Povo) é um dos dois baianos. Bett Sabah (Rondolândia), da Paraíba; Luciano Alencar (Vila Rica), do Ceará; Jane Sanchez (Poxoréu), do Distrito Federal; e Elias Leal (Mirassol D’Oeste), do Maranhão.
Os homens respondem por 122 prefeituras e as mulheres por 19. Mauro Mendes é prefeito da capital e Zezé do Osmari, de Araguainha, o menor município. Várzea Grande, o segundo maior município, é administrado por Lucimar Campos. Entre os prefeitos, 39 têm curso superior e dentre eles Reynaldo Diniz (Ribeirão Cascalheira) é dentista.
Na atividade profissional Otaviano Pivetta (Lucas do Rio Verde) é um dos 34 empresários. Agricultores, pecuaristas e agropecuaristas somam 23; Hélio Goulart (Guiratinga) é produtor. Um grupo de 16 não declarou a profissão ou se qualificou enquanto prefeito ou vereador, quando do pedido de registro de candidatura; com exceções, são figuras que vivem exclusivamente com os rendimentos dos cargos que exercem. Os comerciantes são 13 e José Mauro (Arenápolis) é um deles. Raquel Coelho (São José do Xingu) é um dos 10 professores. Seis são advogados; Cezalpino Teixeira Júnior (Alto Garças) é um deles. Maurício Joel (Alto Taquari) é um dos quatro agrônomos. Pedro Tercy (Denise) é um dos três locutores. Francisco Endler (Nova Guarita) é um dos dois mecânicos; Asiel Bezerra (Alta Floresta), um dos dois médicos; e Fábio Junqueira (Tangará da Serra) um dos dois pedagogos. Há várias outras profissões e algumas têm somente um prefeito: Juviano Lincoln (Diamantino) é engenheiro florestal; Eduardo Penno (Novo Santo Antônio) policial civil; José Almeida, o Baú (São Félix do Araguaia) piloto; e Gilvan Aparecido (Porto Esperidião) motorista.
Poder passa pelas prefeituras e as famílias, também
As eleições municipais são as mais disputadas, principalmente nos pequenos municípios, onde o eleitor tem mais contato direto com os candidatos. A prática política mostra que prefeitura povoa a mente de políticos. Muitos exercem mandato por duas ou mais vezes. Alguns se elegeram deputados e chegaram ao Congresso e, há os que fazem esse caminho inverso.
Dos 141 prefeitos 111 devem tentar a reeleição e os outros 30 cumprem o segundo mandato consecutivo. Juarez Costa (Sinop) é o único prefeito reeleito de grande município. Dentre os eleitos, alguns cumpriram mandatos anteriores não consecutivos com o atual a exemplo de Adriano Pivetta (Nova Mutum), de seus colegas Érico Piana (Primavera do Leste), Evaldo Diehl (Canarana), Maia Neto (Alto Araguaia), Dirceu Rossato (Sorriso), Mauro Businaro (Porto Estrela), Walmir Guse (Conquista D’Oeste), Valter Miotto (Matupá), Carlos Roberto (Nossa Senhora do Livramento) e de Guiratinga, Alto Garças e outros.
Prefeitura também é sinônimo de familiocracia. Três deputados estaduais fazem dobradinhas familiares com prefeitos: Nininho Bortolini/PSD com Humberto Bortolini (Itiquira), Max Russi/PSB com Alexadre Russi (São Pedro da Cipa) e José Domingos/PSD com Neurilan Fraga (Nortelândia); e Oscar Bezerra/PSB é cunhado do vice de Juara, Fernando Azóia. No Congresso, Cidinho dos Santos/PR, primeiro-suplente do senador Blairo Maggi/PR é irmão de Wener Kesley (Nova Marilândia).
Quatro ex-deputados estaduais são prefeitos: Otaviano Pivetta, Juarez Costa, Nilson Santos (Colíder) e Percival Muniz (Rondonópolis). Cinco deputados estaduais administraram municípios: José Domingos (Sorriso), Oscar Bezerra (Juara), Nininho (Itiquira), Zé Carlos do Pátio/SD (Rondonópolis), Wilson Santos/PSDB (Cuiabá) e Romoaldo Júnior/PMDB (Alta Floresta). Cinco ex-prefeitos se elegeram para a Câmara dos Deputados: Ságuas Moraes/PT (Juína), Nilson Leitão/PSDB (Sinop), Carlos Bezerra/PMDB e Adilton Sachetti/PSB (ambos de Rondonópolis) e Ezequiel Fonseca/PP (Reserva do Cabaçal). Os dois suplentes do senador Blairo Maggi foram prefeitos: Cidinho dos Santos (Nova Marilândia) e Rodrigues Palma/PR (Cuiabá).
Desde a redemocratização com as eleições de 1982, quatro ex-governadores anteriormente foram prefeitos. Wilmar Peres (Barra do Garças), Carlos Bezerra, Dante de Oliveira (Cuiabá) e Silval Barbosa (Matupá). Wilmar era vice-governador e chegou ao cargo com a renúncia do titular, Júlio Campos/PFL, que se elegeu deputado federal em 1986. Wilmar e Dante morreram.
Uns caem e outros se seguram
Alguns prefeitos chegaram ao cargo de modo definitivo ou temporário em razão de renúncias, cassações, eleições suplementares e afastamentos dos titulares. O único caso de substituição por morte aconteceu em Ribeirão Cascalheira. A prefeita Patrícia Fernandes de Oliveira, a Patrícia Vilela (PMDB), morreu num acidente na rodovia GO-060 no município de Arenópolis, Goiás, no dia 28 de março de 2013, juntamente com seu marido, Maurílio Vilela. Patrícia era goiana e tinha 45 anos. O vice Reynaldo Diniz assumiu o cargo. Reynaldo tem 37 anos, é dentista e nasceu naquele município.
Em julho de 2013 foram realizadas eleições suplementares em Juara e Glória D’Oeste. Édison Piovezan com Fernando Azóia de vice venceu no primeiro município com 7.807 votos (49,20%). No outro, o vencedor foi Nilton Borgatto com Gean Carlos Alves de vice; a chapa vitoriosa recebeu 999 votos (50,8%).
Em Juara a eleição suplementar foi realizada porque o prefeito e candidato à reeleição Oscar Bezerra (PSB) foi enquadrado na lei da Ficha Limpa. Oscar venceu o peito em outubro de 2012, mas seus votos não foram computados. O presidente da Câmara, Lourival de Souza, o Lorão Macarena, assumiu a prefeitura e concorreu à eleição ficando em segundo lugar, com 3.814 votos (24,03%). Fernando Azóia é irmão da ex-deputada estadual Luciane Bezerra, que é casada com Oscar Bezerra. Na eleição de 2014, Oscar Bezerra reverteu sua situação perante a justiça e se elegeu deputado estadual.
Borgatto foi eleito em 2008 e enquadrado na lei Ficha Limpa, mas mesmo assim tentou a reeleição. Os votos a ele computados em 2012 foram anulados e o presidente da Câmara, Edimar Teixeira Ramos assumiu a prefeitura até a eleição suplementar, que foi vencida por Borgatto.
Mal foram empossados, a prefeita de Comodoro, Marilse Marques Moraes e seu vice Egídio Alves Rigo foram cassados pelo juiz do Tribunal Regional Eleitoral Samuel Franco Dália Júnior, por suposto crime eleitoral. Dias depois o juiz Almir Barbosa dos Santos, novamente cassou os dois e, além deles, seis vereadores de sua coligação. O presidente da Câmara, que se encontrava com o mandato cassado, Jeferson Ferreira Gomes assumiu a prefeitura. Em março tudo se acomodou e todos permaneceram nos cargos para os quais foram eleitos.
Em maio de 2014, a Câmara Municipal extinguiu o mandato do prefeito de Tangará da Serra, Fábio Martins Junqueira, atendendo pedido do Ministério Público, que o acusava de improbidade administrativa. O vice José Pereira Filho, o Zé Pequeno o substituiu. Um mês depois a juíza Elza Yara Ribeiro Sales Sansão devolveu o cargo a Junqueira.
O prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB) e seu vice Wilton Coelho foram cassados em maio do ano passado, pela Justiça Eleitoral. Lucimar Campos e seu vice Arilson Arruda, que formaram a chapa com a segunda maior votação para a prefeitura assumiram o município.
José de Souza Neves renunciou ao cargo de prefeito de Chapada dos Guimarães em março do ano passado em meio a uma crise política que engessava o município e sob acusação de improbidade administrativa. A renúncia evitou que a Câmara o cassasse. O vice Lisu Koberstain o substitui.
Também em maio de 2015, em Porto Esperidião, o prefeito petista José Roberto de Oliveira, o Zé do PT, foi cassado por unanimidade pela Câmara. Por decisão judicial ele estava afastado do cargo desde março daquele ano. A Câmara empossou o vice Gilvan Aparecido de Oliveira.
Zé do PT foi acusado de praticar crime de improbidade administrativa e, além disso, houve um clamor popular por sua saída. A revolta contra o prefeito aconteceu em razão do assassinato de Weslle Garcia Duarte, que foi esfaqueado naquela cidade e encaminhado ao Posto de Saúde da Família (PSF), onde recebeu os primeiros socorros. Do PSF, acompanhado por um médico a vítima foi levada de ambulância ao Hospital Regional de Cáceres, mas o veículo não tinha combustível para a viagem e teve que ser substituído por uma ambulância do vizinho município de Glória D’Oeste. A população saiu às ruas e a Câmara o cassou por unanimidade.
Acusado de improbidade administrativa, em agosto do ano passado, o prefeito de Araputanga, Sidney Salomé, foi afastado do cargo por 180 dias, pelo juiz Arom Olímpio Pereira, que também bloqueou suas contas bancárias em até 1,8 milhão de reais. Salomé recorreu ao Tribunal de Justiça, mas o desembargador Luiz Carlos da Costa manteve a decisão do juiz. O vice Paulo César Alves Araújo, o Paulo Abrão, responde pela administração.
Com a posse dos eleitos em 2012 a prefeitura de Santo Antônio de Leverger, no entorno de Cuiabá, entrou em crise. Em setembro do ano passado, o prefeito Valdir Ribeiro foi cassado por improbidade administrativa pela Câmara. Oito vereadores votaram pela degola; três tentaram salvá-lo. O vice Valdir Castilho Filho, o Valdirzinho do Posto, assumiu o município. A crise parece não ter fim e Valdirzinho está no centro de graves denúncias. Ele é acusado de efetuar estranhas vendas de petróleo à prefeitura que administra. Valdirzinho se defende e jura inocência.
Prefeito reeleito de Nova Xavantina, Gercino Caetano Rosa marcou a data para renunciar e cumpriu o trato. Em 13 de janeiro deste ano ele entregou a prefeitura ao vice, João Batista Vaz da Silva, o Cebola. A saída de Gercino não foi motivada por crise administrativa nem por pressão política. Vereadores sustentam que se tratou de um acordo de divisão do poder.
Em fevereiro do ano passado, a justiça afastou o prefeito de Alta Floresta, Asiel Bezerra, por supostos problemas na área de saúde. O vice Ângelo Campos assumiu e fez uma devassa no secretariado. Menos de um mês depois o Tribunal de Justiça reconduziu Asiel ao cargo. Floresta tem 50 mil habitantes, é uma das principais cidades do Nortão e foi um dos maiores polos garimpeiros de ouro do Brasil.
Também em fevereiro de 2015 o prefeito de Barra do Garças, Roberto Farias foi afastado. Faria não teria cumprido decisão judicial para implantar o piso salarial nacional dos professores. A decisão foi do juiz Jurandir Florêncio de Castilho. O vice Mauro Piauí não chegou a esquentar a cadeira de prefeito, uma vez que o desembargador do Tribunal de Justiça, Paulo Cunha reintegrou o titular ao cargo.
Em março do ano passado, Cicílio Rosa Neto foi afastado do cargo de prefeito de Juruena pelo juiz Fabrício Sávio da Veiga Cartola. Rosa Neto foi acusado de desviar R$ 14,5 mil da prefeitura e de ameaçar o vice Raimundo Manske e vereadores. Manske foi empossado, mas poucos dias depois devolveu o cargo ao titular, em nome de uma composição com a Câmara, costurada entre quatro paredes, e tudo voltou a ser como antes.
Afastado do cargo, Cicílio viajou numa picape Mitsubishi da prefeitura, para Aripuanã, acompanhado de assessores. Naquela cidade foi preso sob a acusação de estar fugindo de seu município num veículo da Secretaria de Saúde de Juruena. A denúncia contra ele partiu do vice em exercício. Levado para a delegacia o prefeito afastado justificou que estava a serviço da prefeitura e ganhou liberdade logo em seguida, sem sequer esquentar o banco da sala do delegado. Esse episódio também foi superado pela costura feita com a Câmara.
Valdenir José dos Santos foi afastado do cargo de prefeito de Nova Ubiratã em junho do ano passado e em julho reassumiu a prefeitura. Seu vice, Ademar Vani também caiu. O município passou a ser administrado pelo presidente da Câmara, José Afonso Canola. A canetada que derrubou os dois foi da juíza Ana Graziela Corrêa, por suposto abuso dos meios de comunicação na campanha eleitoral em 2012. Uma liminar do ministro do Superior Tribunal Eleitoral, Gilmar Mendes, devolveu ao poder a Valdenir e Ademar.
Em agosto de 2014 Chiquinho do Posto deixou a AMM em maus lençóis ao tomar chá de sumiço. Naquele mês o juiz José Eduardo Mariano o afastou da prefeitura de Juscimeira por supostas práticas abusivas de cobranças de exames de saúde.
O oficial de justiça não conseguiu localizar Chiquinho pra citá-lo, mas o vice Daniel Barbosa (PR) assumiu o gabinete da prefeitura. Seu paradeiro virou mistério e motivo de chacota entre adversários. Ele somente reapareceu quando levava debaixo do braço uma liminar da desembargadora Maria Erotides Kneip Baranjak, do Tribunal de Justiça, que derrubava a decisão do juiz.
Magali Vilela prefeita de General Carneiro teve o mandato cassado pelo juiz Julião César Molina Monteiro, por suposta improbidade administrativa quando da realização de um concurso para admissão à prefeitura. No exercício do cargo Magali recorre da sentença. Caso seja condenada a prefeita será substituída pelo vice Marcial Oliveira dos Santos (PSB).
Em Planalto da Serra tanto a prefeita Angelina Benedita Pereira quanto à vice Fabíola Kewphen de Lima Wanderly Castro foram afastadas pela Câmara. Ambas conseguiram se segurar em seus cargos com amparo da Justiça.