San Matias:técnicos do IML de Cuiabá identificam mortos
Por Diário de Cáceres
18/08/2012 - 10:02
Técnicos do Instituto de Medicina Legal (IML) constataram que os corpos Rafael Marques Dias de Moraes, de 27 anos, e Jéferson Castro de Lima de 22, tiveram queimaduras de terceiro e quarto grau. As vítimas ainda sofreram diversas fraturas em consequência do linchamento e elas foram a causa da morte.
O papiloscopista Leandro Ferreira Lima fez a identificação de Jefferson através da coleta das impressões digitais. Por volta das 16 horas, técnicos do IML fizeram a identificação também de Rafael Marques Dias de Moraes, após o papiloscopista fazer busca no banco de dados de carteira de identidade do Instituto de Identificação.
“Conseguimos cerca de 70% da impressão digital de Jeffeson e 60% de Rafael, mas suficientes para uma identificação completa”, explicou.
Anteontem, dois técnicos do IML de Cáceres, com a cobertura de policiais militares do Grupo Especializado de Fronteira (Gefron), foram à Bolívia buscá-los. A missão de resgate dos corpos aconteceu somente depois de sete horas de negociação com as autoridades bolivianas e da autorização expedida pelo Ministério Público Boliviano às autoridades brasileiras.
No dia anterior, missão semelhante foi frustrada porque não havia cobertura policial articulada e tampouco acordo formalizado entre as autoridades brasileiras e bolivianas.
Acusados de matar três bolivianos a tiros e ferir outros dois, Rafael e Jefferson foram presos pela polícia da Bolívia e poucas horas depois arrancados da unidade policiais por uma multidão enfurecida.
De acordo com a imprensa boliviana, cerca de 300 pessoas levaram os brasileiros, algemados, para uma área próxima, a menos de 150 metros da polícia, e os queimaram vivos. Os corpos foram enterrados dentro de sacos plásticos. Sobre as sepulturas, além de flores os bolivianos deixaram copos com restos de um líquido semelhante à cerveja.
Rafael e Jefferson, que moravam na periferia de Várzea Grande, no Jardim Eldorado, teriam indo para a Bolívia levando duas motos roubadas, supostamente em Tangará da Serra, para vender. Depois de fechar negócio, foram comemorar bebendo em um bar com os bolivianos, com os quais se desentenderam.