O empresário Hélio Pereira Cardoso Neto, 37, foi acusado de torturar a contadora M.C.M.S.P.C., 23, com quem é casado, em Cuiabá. Ele, que está foragido, é filho de um dos proprietários de um shopping na capital do Estado.
De acordo com boletim de ocorrência, a vítima era mantida em cárcere privado por mais de dois anos. Constantemente, ainda era agredida, não podia ter acesso a outras pessoas e não deixava a casa onde morava na região central de Cuiabá.
A “trama doentia” foi denunciada às autoridades L.A.S.R. Após investigações preliminares, foi representada pela prisão do empresário, o que foi deferido pela juíza Ana Cristina da Silva Mendes.
O mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência do empresário no sábado (16). Na residência, foram encontradas armas, munições, o remédio controlado Ocadil e a contadora. Hélio não estava na residência e não foi mais localizado.
Após ser libertada, a contadora prestou depoimento na última segunda-feira (18). M.C.M.S.P.C revelou que estava trancada no apartamento desde 29 de janeiro de janeiro de 2014. Natural de Juína, ela não tem familiares em Cuiabá.
No depoimento, a moça contou que conhece o marido desde os 12 anos e, inicialmente, considerava normal a “preocupação” dele. Disse ainda que o marido permitiu que ela frequentasse a faculdade, e o cárcere começou assim que se formou.
Uma das primeiras medidas do empresário no cárcere foi sequestrar o telefone celular da esposa. No relato, a vítima também disse aos policiais que era humilhada constantemente e agredida com uma frequência de duas vezes por mês.
Ela ainda contou que o homem tinha duas armas escondidas no apartamento. A moça também relatou que era obrigada a tomar um medicamento chamado Ocadil, que é um tranquilizante que causa dependência.
Diante da grave denúncia, a Delegacia da Mulher representou pela prisão do empresário. O pedido foi deferido pela juíza da Vara de Violência Doméstica.
OUTRO LADO
O advogado do empresário informou que ainda está tomando conhecimento do caso, que está em segredo de Justiça. Ele disse que a arma encontrada na residência tinha registro.
O defensor afirmou ainda que o empresário será apresentado a Justiça "no momento".