Comunidade indígena arma “Aldeia de Vivências”, em Cuiabá, para aprofundar seus relacionamentos sociais para além de seus territórios
Dia 19 de abril não vai ser o Dia do Índio, em Cuiabá, e, sim, o dia de o não-índio sentir a delícia de conhecer a beleza, as cores, a educação e a cultura dos povos que vivem em Mato Grosso e que contribuem de forma importante para a economia estadual atraindo turismo e comércio para esta parte do País. Apesar de o dia ser anualmente dedicado a eles que vivem em grande parte no interior, o presente será dado pelos indígenas aos moradores da Capital no evento “Aldeia de Vivências”, que acontece no Sesc Arsenal, das 9 às 19h. A ação cultural será possível graças ao patrocínio do Ministério da Cultura (MinC). A realização é do Núcleo de Estudos do Contemporâneo da UFMT e o apoio do Sesc Mato Grosso.
Durante todo o dia o público vai poder confraternizar no “Aldeia de Vivências” com, pelo menos, 30 indígenas das etnias Chiquitano, Umutina, Xavante, Bakairi e Terena. Todos apresentarão diversas atividades ao longo do dia como a comercialização das biojoias - suas peças de adorno feitas de sementes multicoloridas e CDs da orquestra de violinos, pacote de visita à aldeia Xavante, entre outros.
Na mesma data serão lançados o site e catálogos, virtual e impresso, bem como apresentados os atrativos da Aldeia de Vivências. Assim, os visitantes também vão poder conferir os resultados do projeto “Territórios Criativos Indígenas”, que tem por objetivo fortalecer uma economia criativa ligada às comunidades indígenas Bakairi, Chiquitano, Umutina e Xavante, valorizando e respeitando o conhecimento tradicional e saberes locais, gerando renda dentro das próprias comunidades e estimulando a economia solidária e arranjos produtivos locais. As biojoias, por exemplo, têm até grife, são as Criações Bôloriê Umutina, que podem ser vistas e adquiridas também pela fanpage Boloriê Umutina.
Outra atração que promete prender a atenção do público é o projeto “Unhã – Vivência Intercultural da Aldeia Wede’rã”. O Projeto Uho, desenvolvido pelo Povo Xavante da Aldeia Wede´rã, de Canarana/MT, tem como filosofia proporcionar ao visitante a oportunidade de vivenciar a filosofia de vida Xavante, que diz: “Somos de uma linhagem antiga, de tempos imemoriais. Sabemos quem somos e para onde devemos ir. É preciso saber andar neste mundo com sabedoria. É preciso aprender o segredo de Ser e Estar no mundo. Pensar, sentir e agir consigo e com os outros de modo que a vida seja leve, alegre, em comunhão com tudo que existe no mundo, no planeta. Que há um caminho longo pra uns, curto para outros... caminhos que nos levam a uma compreensão da nossa existência. Mas, que ao mesmo tempo, muitas vezes não conseguiremos de imediato chegar a uma conclusão.”
O projeto, segundo os organizadores, não se trata de ecoturismo ou etnoturismo, mas sim, de uma atividade onde o visitante não é visto como espectador, e sim, como pessoa disposta a compartilhar conhecimentos. O pacote inclui redes para dormir, refeições com café da manhã, almoço, lanches e janta, seguindo a dieta não indígena (arroz, feijão, carne, salada, etc.) e participação em todas as atividades da Vivência
Música original - E como os indígenas são pessoas que prezam muito sua cultura, a música não poderia ficar de fora deste presente. Ele será entregue numa apresentação da Orquestra de Violinos do Povo Chiquitano.
A Orquestra de Violinos da Aldeia Vila Nova Barbecho está situada no município de Porto Esperidião-MT, a 460 km de Cuiabá. A aldeia conta com 18 famílias somando um total de 83 pessoas, no qual 15 deles fazem parte da Orquestra de Violinos, que é vinculada a Escola de músicas “Espírito Santo de Chiquitos no Brasil”. Suas apresentações também podem ser conferidas na fanpage Orquestra de Violinos Chiquitano e brevemente no site www.territorioscriativosmt.com.br