Enoque Ramos Santos usou a tribuna livre

Mais uma vez a cobrança da Taxa de Lixo fez parte da pauta da Sessão do Legislativo Municipal na segunda-feira (09) em Cáceres. O assunto surgiu novamente com um cidadão que pediu a palavra e se inscreveu antecipadamente para falar em nome de várias pessoas que não concordam com o que consideram um abuso o preço da Taxa de Lixo que vêm recebendo, além de não concordarem também que a mesma venha atrelada à conta de água. Enoque Ramos Santos, ajudante geral, disse que pagava R$ 65 reais de água e que hoje o mesmo consumo lhe custa R$ 321 na conta da SAEC. Falando na Tribuna, ele citou ainda um vizinho, cujo consumo foi taxado em R$ 442. “A gente gostaria que os vereadores intercedessem junto à SAEC para que esse absurdo acabe”, pediu Enoque.

Para o presidente da Casa, vereador Marcinho Lacerda (PMDB), a Taxa do Lixo gerou um sério problema não contabilizado antes. “Quando esta Casa aprovou a autarquia Águas do Pantanal, nós, vereadores, autorizamos o Poder Executivo [Prefeitura] a criar a Taxa do Lixo, mas não demos nenhuma autorização para que fosse vinculada à conta de água”, lembrou o vereador. Marcinho destacou também que os vereadores reconhecem que o modelo de cobrança está gerando revolta na população. “Precisamos rever essa situação, pois está havendo abusos”, denunciou o presidente.

A vereadora, vice-presidente da Câmara, Valdeníria Dutra (PSDB), lembrou que a água não pertence à Prefeitura. “Antes, a Taxa de Lixo era cobrada com o IPTU, uma vez por ano. Agora, o cidadão recebe cobrança por recolha de lixo todos os meses. Não concordo com esse tipo de cobrança, pois não se pode vincular água com lixo, porque tem os que gastam mais ou menos água e nem por isso produzem mais ou menos lixo”, destacou a vereadora, mencionando que são muitas as reclamações que tem recebido de cidadãos cacerenses, indignados com o alto preço da coleta de lixo na cidade.

Ao final, o presidente Marcinho Lacerda lembrou que existe um paradoxo no uso da água em relação ao consumidor e a companhia que a distribui. “Se cobrar taxa de lixo referente a água que constantemente vaza do sistema de abastecimento por defeitos de encanamentos nas ruas de Cáceres, a SAEC teria a maior conta”, ressaltou o vereador.

Alegando Questão de Ordem, o vereador Edmilson Tavares (PR) citou uma Audiência Pública onde a questão da Taxa do lixo já foi tratada. Ele propôs aos demais colegas que os 11 vereadores se reúnam com o prefeito para que uma solução seja dada de uma vez por todas. Para Tavares, é preciso avançar e partir para ações concretas, o mais urgente possível , segundo ele, a reunião proposta é o melhor caminho.

O vereador Professor Domingos (PSB) disse concordar com Tavares. “É preciso discutir o assunto para resolver a questão. Não podemos usar a Câmara como palco eleitoral, mas para resolver problemas”, resumiu ele.