A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) protocolou no dia 6 de maio, no Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), o ofício n° 129/2016 recomendando a inversão das etapas de vacinação contra a Febre Aftosa no estado.
A Famato recomenda que a vacinação de todos os bovinos e bubalinos sejam realizadas no mês de maio e a vacinação dos animais de 0 a 24 meses no mês de novembro, ou seja, o inverso do que vem ocorrendo atualmente.
De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Famato Rogério Romanini o pedido se originou a partir das pesquisas mais recentes que mostram perdas gestacionais de 16,5% em vacas vacinadas 30 dias após a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) contra 4% em grupo de fêmeas que receberam a dose contra aftosa 20 dias antes da inseminação.
O analista de pecuária da Famato e médico veterinário Marcos de Carvalho explica que no mês de novembro, apesar de muitas propriedades no estado não utilizarem a técnica da IATF, todas que possuem vacas estão em estação de monta buscando fertilização.
Conforme a pesquisa realiza em um Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ao vacinar a vaca prenha contra febre aftosa, em algumas fêmeas há uma descamação no útero e elevação na produção de prostaglandina. A maior quantidade desta substância reduz o nível de progesterona, responsável por segurar a gestação. Além disso, qualquer problema na parede do útero pode fazer com que o organismo entenda que se trata de um corpo estranho e provoque o aborto.
Se o pedido for validado, a Famato defende para que a recomendação seja mantida para os próximos anos sob validação do Indea e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).