Apenas nos primeiros quatro primeiros meses deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrou 377 motoristas dirigindo alcoolizados pelas rodovias federais que cortam Mato Grosso. Do total, 132 foram presos por apresentar mais de 0,33 miligrama de álcool por litro de ar. No ano passado, no mesmo período, 649 condutores foram autuados e, destes, 222 detidos.
Agora, medidas sancionadas pela presidente Dilma Rousseff pretendem endurecer as punições previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Entre uma delas, o condutor que for flagrado alcoolizado ao volante poderá ter que desembolsar R$ 2,9 mil pela infração de trânsito.
Em Cuiabá, o reajuste das multas, que em algumas categorias pode chegar a 66%, divide a opinião dos condutores. "A partir do momento que alguém comete uma infração, ele tem que ser devidamente penalizado. Infelizmente, essa é uma forma encontrada para reduzir os delitos no trânsito", disse o gerente Syllas Souza, que considera justo a aplicação de multas pesadas aos motoristas infratores.
Para o funcionário público Adauto Pinto, não basta apenas multar tem que educar e investir em mais segurança viária. “Há muito tempo que a gente ouve falar em punir o motorista visando reduzir as infrações. Mas, o que a gente percebe é que a arrecadação aumenta sem saber ao certo para onde vai esse dinheiro enquanto a violência no trânsito cresce na mesma proporção”, comentou.
As alterações começarão a valer a partir de novembro deste ano, quando a infração média terá um acréscimo de 52%, saltando de R$ 85,13 para R$ 130,16. A grave, que terá o mesmo porcentual de reajuste, subirá de R$ 127,69 para R$ 195,23 e, a gravíssima de R$ 191,54 para R$ 293,47 (53%).
Assim, falar e até mesmo manusear o celular passará de infração média para gravíssima. A mesma multa levará quem estacionar em vaga de deficientes ou idosos sem o cartão de identificação.
As multas mais rígidas referem-se às infrações gravíssimas com multiplicador de dez vezes e chegarão a R$ 2.934,70, no caso de motoristas que forem flagrados disputando racha, forçando a ultrapassagem nas estradas ou se recusarem a fazer o teste do bafômetro, exame clínico ou perícia para avaliar o consumo de álcool ou drogas antes de dirigir.
Os percentuais poderão ser revistos ano a ano com base no Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). A mudança está na Lei nº 13.281, aprovada pelo Congresso Nacional este ano, e sancionada pelo governo federal.