Caos. A palavra define a situação do Pronta Atendimento Médico de Cáceres. Apesar da divulgação da Escala Médica feita todo mês, o número de médicos que atendem no local não é suficiente para atender a demanda com a agilidade necessária. São horas de espera. Mesmo para casos considerados graves, há espera.

Familiares precisam intervir, implorando atendimento. A reportagem esteve no local ontem. Do meu lado, uma senhora idosa, com hpertensão, desmaiou. Só depois disso foi levada para o box interno, mesmo assim ficou esperando.

Uma outra paciente, com dores, disse que estava no PAM desde as 13 horas. Eram 21 horas e ela não havia sido atendida.Uma adolescente com dores na coluna e peito estava lá pelo segundo dia consecutivo, tentando uma consulta que permitisse que ela fizesse uma radiografia no Hospital Regional.

Às 19 horas, para a troca de plantão dos médicos, tudo para, e a troca não é feita de forma rápida, interrompendo o atendimento por pelo menos 40 minutos.

Havia dois médicos de plantão. Nenhum pediatra. Mais de 100 pessoas aguardavam atendimento.

Um funcionário informou que há muita coisa errada. O sangue de crianças está sendo coletado com escalpe para adulto, pois não há material específico (pediátrico)disponível. Há desperdício de soro -que é comprado em bolsa grande, o paciente recebe a quantidade prescrita e o restante é descartado. O prédio apresenta condições insalubres. "Estamos trabalhando no limite. A triagem do paciente, que deveria ser feita por um enfermeiro, é feita por técnicos. Todos nós estamos cansados, inclusive os médicos que atendem um número maior, porque não há mais profissionais trabalhando".

A situação se agravou nos último dias porque a o Hospital São Luiz deixou de atender pela Unimed e as pessoas estão procurando mais o PAM no período noturno.

Um homem com pressão arterial alta e o ouvido sangrando ficou duas horas esperando para ser chamado, após a triagem, para então esperar outra fila até chegar ao médico.

Não é a primeira vez que a reportagem vai ao local -inclusive como usuária da saúde pública. E ontem a constatação feita é que a situação está realmente fora do controle e precisa de intervenção imediata.