Durante a audiência pública, realizada na quarta-feira (11), na Assembleia Legislativa, para debater sobre o Ensino à Distância em Enfermagem, o deputado estadual, Dr. Leonardo (PSD) se comprometeu em mobilizar a bancada federal de Mato Grosso, deputados e senadores, para pressionar a aprovação do Projeto de Lei 2891/2015, que regulamenta o exercício da Enfermagem, para nela, incluir, a obrigatoriedade da formação exclusivamente em cursos presenciais.
O parlamentar se mostrou preocupado com a educação que esses futuros profissionais, que atuarão nas unidades de saúde públicas e particulares, estão recebendo. Ele, como médico, destacou que a vivência e o contato com o paciente e equipamentos são fundamentais para a boa formação, pois é o enfermeiro lida com pacientes prestando os primeiros socorros, prevenindo doenças e atuando no alívio da dor e do sofrimento.
O deputado explicou que o enfermeiro é o profissional que acompanha e cuida de pacientes prestando todo tipo de assistência e garantindo a aplicação correta do tratamento médico. Muitas vezes, segundo Dr. Leonardo, é o enfermeiro quem realiza os primeiros cuidados em pacientes acidentados ou em crises. O profissional de Enfermagem presta os primeiros socorros, faz curativo, administra medicamentos e coleta amostras para exames. Eles também auxiliam os médicos durante cirurgias, exames, tratamentos ou recuperações pós-cirúrgicas.
“É preocupante saber que estão entrando para uma área tão importante da saúde, pessoas que, se quer, aferiu a pressão de algum paciente, que não passou pela vivência, pela experiência e começará a fazer atendimentos sem o conhecimento prático básico. As aulas práticas são fundamentais para se formar bons profissionais e os cursos à distância não oferecem essa modalidade”, salientou.
Os enfermeiros representam 65% dos profissionais da saúde pública no Brasil, sendo quase 2 milhões em todo o país. O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren), Eleonor Raimundo da Silva avalia como um retrocesso o método EaD para a área de saúde.
A representante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Dorisdaia De Humerez informou que existe uma grande facilidade para se abrir cursos EaD no país e que o número de pólos e vagas estão cada vez mais crescente e a maior preocupação do Confen é que a maioria não cumpre com as exigências mínimas, como por exemplo, a carga horária.
“O curso de Enfermagem é de cinco anos e nessa modalidade EaD são apenas três, desrespeitando assim, a carga horária exigida. A nossa indignação é saber que esses graduados à distância vão receber o mesmo certificado que o nosso”, criticou ela.
Humerez informou ainda, que em uma operação de busca sobre as universidades que oferecem cursos à distância, foram encontrados cursos clandestinos. “E pior, cursos sem estrutura adequada, abertos em qualquer lugar, de qualquer maneira. Encontramos sedes sucateadas, precárias, sem laboratórios, sem professores qualificados ou condições mínimas de apoio. A má formação de um enfermeiro coloca em risco a vida das pessoas”, destacou.