O repórter fotográfico Marcus Mesquita, do MidiaNews, foi ameaçado por um grupo de policiais à paisana na tarde desta quarta-feira (3), durante o velório do policial militar Élcio Ramos Leite, morto no CPA III.
Após registrar algumas imagens do velório, ele foi abordado por um grupo de policiais, que tentaram tomar seu equipamento fotográfico.
As cenas foram presenciadas pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas.
"Ao sair da sala onde ocorria o velório, dois homens, sem farda, me abordaram de maneira violenta, me xingando e tentando tomar minha máquina. Eles me chamaram de filho da p... e me obrigaram a apagar as imagens", disse.
"Como eu disse que não entregaria a câmera, mais policiais - aproximadamente oito no total - me cercaram e ameaçaram novamente. Para não piorar a situação, e temendo pela minha integridade física, apaguei as fotos. O mais curioso é que isso tudo aconteceu a apenas alguns metros de onde estava sentado o secretário de Segurança. Eu até o chamei e pedi que ele intercedesse em minha defesa, diante da violência, mas ele apenas olhou e não fez nada", afirmou Mesquita.
Em menos de dois dias, esse é o segundo caso de violência de policiais contra a imprensa.
Nesta terça-feira (2), durante a cobertura da morte do PM, o repórter fotográfico Rogério Florentino, do Olhar Direto, foi agredido por um policial, com um soco no rosto.
Fenaj e ABI
"É lamentável e temeroso o que está acontecendo, pois trata-se não só de uma agressão absurda a dois profissionais, feitas por agentes que representam o Estado, mas um atentado contra a liberdade de imprensa e o livre exercício do jornalismo", afirmou o jornalista Ramon Monteagudo, diretor doMidiaNews.
Segundo ele, o caso será levado a entidades nacionais que representam a imprensa, como a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) se manifestou sobre o caso e repudiou a violência praticada contra profissionais da imprensa durante a cobertura do crime. A entidade ainda manifestou solidariedade aos profissionais vítimas dos atos.
Abaixo, leia a nota do Sindjor na íntegra: