Uma das unidades de conservação com maior potencial turístico de Mato Grosso, o Parque Estadual Serra do Ricardo Franco, que fica em Vila Bela da Santíssima Trindade (521 quilômetros a oeste da capital) é a mais recente área do Estado a ser destruída parcialmente pelo fogo.
Desde o início do período proibitivo das queimadas, em 15 de julho passado, o Estado já contabiliza mais de 5,9 mil focos de calor. O número mais que dobra se levar em consideração os focos registrados desde o início do ano.
De janeiro até o momento, já são 14.444 ocorrências, quantidade que representa 45% a mais do que o registrado no ano passado durante o mesmo espaço de tempo, conforme informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente coronel do Bombeiro Militar (BM) Paulo André Barroso, o fogo na serra começou no último dia 19 deste mês.
Para conter as chamas, o BEA encaminhou ontem uma equipe de 29 bombeiros, além de dois coordenadores, que se juntaram à equipe da base descentralizada do CB.
“O incêndio, até o fim da manhã de ontem, estava com uma frente entre 15 e 20 quilômetros e num local de difícil acesso, não sendo possível o tráfego de viaturas”, informou. O lugar também é distante cerca de 15 quilômetros da estrada mais próxima, o que inviabiliza fazer o percurso a pé.
Até ontem, conforme Barroso, dos cerca de 150 mil hectares da unidade estadual ao menos mil hectares já haviam sendo consumidos pelas chamas.
O trabalho de combate também conta com o suporte do avião de combate a incêndio florestal do CB, bem como do helicóptero do Ciopaer, que é usado para o transporte da tropa e para fazer a logística de alimentação, equipamentos e água.
Além da Serra do Ricardo Franco, os incêndios florestais também já atingiram imensas áreas no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães e nas proximidades da Aldeia Formoso, em Tangará da Serra, desde o início do período proibitivo das queimadas.