Para ampliar a divulgação de pessoas desaparecidas, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP), da Polícia Judiciária Civil (PJC), está com uma página no Facebook, com o perfil: Desaparecidos - Polícia Civil Mato Grosso.
A ideia de criar a página na rede social foi da delegada Sílvia Virgínia Biagi Ferrari, que passou a comandar o núcleo neste mês de agosto, diante da demanda mensal de 50 registros recebidos pelo setor. “Com esta ferramenta, não se lança mão de nenhum recurso. A página criada no Facebook será de extrema utilidade para que sejam veiculadas fotografias e informações, para que as pessoas que se encontram desaparecidas sejam localizadas”, disse.
Para a delegada, o alcance das redes sociais poderá, além de auxiliar no trabalho de localização de pessoas, também prevenir ocorrências de crimes, punindo os autores, caso ocorram. “Não se pode negar que a rede social é um instrumento valioso para a localização de tais pessoas, pois na atualidade uma grande parcela tem acesso à mesma, seja em computador pessoal, tablet ou telefone celular”, completou.
O Núcleo de Desaparecidos da DHPP auxilia na busca de pessoas somente nos casos registrados na região metropolitana. No entanto, presta apoio às unidades do interior do estado, caso seja requisitado e também a outros estados, uma vez que a troca de informações é fundamental no processo de levantamento e cruzamento de dados.
Acesse a página no endereço www.facebook.com/Desaparecidos-Polícia-Civil-Mato-Grosso-1752575328341774/?fref=ts.
Estatísticas
De janeiro a julho de 2016, a Polícia Civil recebeu a comunicação de desaparecimento de 351 pessoas. Os registros foram feitos por familiares. Deste total, 315 ou 89,94% retornaram aos lares.
A maior parte das ocorrências de desaparecimento é de pessoas do sexo masculino, com idades entre 18 a 64 anos. Muitos dos casos registrados e também dos localizados são de adolescentes que fogem de casa, por algum desentendimento familiar.
O Núcleo de Desaparecidos inicia o trabalho de buscas de informações no momento em que a ocorrência é registrada. A primeira ação é fazer o levantamento de elementos que possam auxiliar a encontrar algum indício que levou ao desaparecimento. Para isso, os policiais procuram ouvir pessoas próximas, como familiares, amigos, além de checagens em meios eletrônicos, como sites e redes sociais na internet, que possam fornecer alguma pista.
Ao mesmo tempo em que é feita a busca de informações, o setor entra em contato outras unidades como hospitais, unidades de saúde, casas de abrigo, Polícia Militar, Instituto de Medicina Legal (IML), entre outros.
O registro pode ser feito imediatamente ao desaparecimento, principalmente quando se trata de crianças, adolescentes, idosos ou pessoas portadoras de doenças e necessidades especiais.
“É muito importante que as pessoas saibam que é mito ter que esperar por 24 ou 48 horas para se registrar boletim de ocorrência de desaparecimento. Os cidadãos podem e devem procurar a delegacia de polícia mais próxima quando alguém de suas relações, sejam elas íntimas ou profissionais, desaparecem sem explicação, contrariando a rotina. A Delegacia Virtual também é um recurso que pode ser utilizado, por meio do site www.delegaciavirtual.mt.gov.br”, afirma a delegada Silvia Virginia Biagi Ferrari.
Sobre o Núcleo
O Núcleo de Pessoas Desaparecidas completa 15 anos de atividade em 2016. O setor entrou em funcionamento no mês de outubro de 2001, em cumprimento a alínea b, inciso I do artigo 2º da Lei 6.526, de 09 de setembro de 1994, que criou a DHPP, a qual foi instalada em 1998.
Além da apuração dos crimes de homicídios, constam nas atribuições da DHPP, localizar pessoas desaparecidas e executar ou atender pedidos de localização ou busca oriundos de autoridades nacionais e estrangeiras, e ainda manter cadastro atualizado das pessoas desaparecidas.
O primeiro delegado a comandar o Núcleo de Desaparecidos foi o delegado Paulo Roberto Brandão Rodrigues, que teve na equipe os investigadores Aníbal Marcondes e Júlio Cristovão de Souza, após os dois policiais terem participado de um curso no estado de São Paulo, sobre pessoas desaparecidas.
Caso seja constatado, no processo de investigação de pessoas desaparecidas, que o sumiço está relacionado a crimes, o Núcleo faz o encaminhamento do caso para as unidades ou órgãos competentes, uma vez que o setor não preside inquérito policial. O procedimento feito durante levantamentos da pessoa desaparecida é denominado Auto de Verificação Preliminar (AIP).