A Polícia Civil investiga denúncia de maus tratos contra menina de 7 anos que teve genitália queimada com água quente no final de semana em Cuiabá. Caso ocorreu na região do Grande CPA e a menina, segundo informações do Conselho Tutelar, terá que ficar hospitalizada por pelo menos 10 dias, já que sofreu queimaduras graves de segundo grau.

Fato ocorreu na noite de sábado (3) quando família procurou atendimento em unidade hospitalar e os médicos acionaram o Conselho, por suspeitarem de maus tratos.

A mãe da criança não possui a guarda da menina que mora com o pai e passava o final de semana na casa da genitora. A mulher relatou às conselheiras que por causa do frio havia feito um chá quente para a filha e colocado o copo sobre o travesseiro na cama onde a criança estava. O copo virou e derramou o líquido quente sobre o corpo da menina.

A mãe da criança não teria a guarda dela e dos outros três filhos por apresentar doença psiquiátrica e precisar de medicação controlada. Ontem conselheiras foram informadas que o pai da menina disse que não poderia acompanhar a internação e a mãe ficou no hospital durante todo o tempo.

Mas o risco de a mulher sofrer um surto pela falta dos medicamentos preocupa a equipe médica, que vai em busca de familiares da criança para acompanharem a paciente.

Segundo o chefe de operações da Delegacia Especializada de Defesa do Direito da Criança (Deddica), Darimar Carneiro Aguiar, logo depois de receber a denúncia foi solicitado ao Instituto de Medicina Legal (IML) que um médico perito fosse até a unidade de internação para realizar exames na criança, ainda na tarde desta segunda-feira (5)

Uma das preocupações é de que a queimadura possa estar sendo usada para encobrir um possível abuso. A delegacia vai ouvir familiares da criança bem como conselheiros que acompanham o histórico da criança, já que haveriam denúncias anteriores de maus tratos.

Denúncias

Enquanto as denúncias envolvendo maus tratos e abusos contra crianças crescem em Cuiabá, em decorrência dos últimos casos expostos na mídia, a estrutura de atendimento dos conselhos tutelares continua precária.

Equipes reduzidas, poucas viaturas e uma grande burocracia administrativa, tanto na gestão do município como junto a unidades policiais, para registro e realização de exame, torna o trabalho ainda mais difícil, tornando impossível o atendimento de toda demanda, relatam os profissionais da área.