Mulheres:Número da violência aumenta a cada dia
Por Diário de Cuiabá
15/10/2016 - 09:24
A cada 12 minutos uma mulher é vítima de violência no Estado de Mato Grosso, ou seja, cerca de cinco sofrem agressões a cada hora, no Estado
A cada 12 minutos uma mulher é vítima de violência no Estado de Mato Grosso, ou seja, cerca de cinco sofrem agressões a cada hora no Estado.
Por dia, uma média de 110 mulheres procuraram as delegacias de polícia para registrar boletins de ocorrências envolvendo violência. Os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) apontam que nos 274 dias, entre 01 de janeiro de 2016 a 30 de setembro de 2016, 30.370 mulheres foram vítimas de violência em Mato Grosso.
Em relação ao mesmo período do ano passado o aumento foi em torno de 32%. De janeiro a setembro de 2015 foram 22.872 ocorrências de crimes contra a mulher.
Neste ano, o crime que mais se destaca é o de ameaça que alcançou 13.728. Em seguida aparece o de lesão corporal com 6.866. Ainda 150 mulheres foram vítimas de estupro neste ano, 98 foram assediadas e 64 foram mortas. Em alguns municípios, entre 40% e 80% das denúncias de violência são em relação à mulher.
Em Cuiabá, os dados apontam que 8.153 mulheres foram vítimas de várias formas de violência. Uma média de 30 mulheres por dia registraram ocorrências de crimes na Capital. Os registros aumentaram em 11% relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a setembro de 2015 foram 7.339 casos.
Entre os dados apresentados pela secretaria, os que mais destacam são de ameaça com 3.182, lesão corporal 1.438, estupro foram 30, 24 mulheres foram assediadas e três mortas.
Na cidade de Várzea Grande neste ano, até o mês de setembro foram 2.900 casos de violência contra a mulher. Um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano passado quando foram registrados 2.250 casos.
A Cidade Industrial tem mais de 10 casos por dia de mulheres vítimas dos variados tipos de violência. Neste ano as que mais se destacam são: 1.396 ameaças, 595 lesões corporais e 12 estupros.
Vale ressaltar que desde o ano passado, os agressores podem ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas e as vítimas contar com “botão de alerta”. Também foi sancionada pelo Governo neste mês, uma lei que prevê multa para quem agredir mulheres, em caso de utilização de serviços públicos prestados pelo estado.
O autor da proposta é o deputado Gilmar Fabris (PSD). Importante frisar que a punição financeira não anula as penas às quais o criminoso está sujeito.
Levantamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência aponta que de janeiro a setembro deste ano, 256 mulheres vítimas de violência foram atendidas pelas ambulâncias do Samu em Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana.
Com a lei, este custo que sai em média R$ 800, deverá ser arcado pelo agressor. A nova lei prevê que os valores arrecadados sejam aplicados em políticas públicas voltadas à redução da violência contra a mulher, combatendo este tipo de crime tão presente na sociedade brasileira. Caberá ao Poder Executivo fixar o valor e os procedimentos para a aplicação da multa.
A medida busca ressarcir o Estado por eventuais despesas decorrentes de acionamento dos serviços públicos, como de Identificação e Perícia (exame de corpo de delito), de busca e salvamento, de policiamento, atividades da Polícia Civil, requisição de botão do pânico e serviço de atendimento móvel de urgência.
Ações – Desde setembro o Tribunal de Justiça por meio da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da capital está realizando o projeto piloto ‘Esperança’. Desenvolvido em parceria com a Faculdade de Cuiabá (FAUC/AUM), o projeto é voltado aos agressores de violência doméstica.
A iniciativa é do juiz Jamilson Haddad Campos e da psicóloga e professora Eliane Montanha. Durante as sessões, serão trabalhados: acolhimento, integração, histórico da vida atual e o gerador do conflito, apresentação educacional dos direitos e deveres e a conscientização do agressor.