Depois de ter a CPI que investiga o déficit previdenciário de Mato Grosso boicotada pelos deputados da base governista 'por ordens' do governo do estado, a deputada estadual Janaina Riva (PMDB) apresentou na noite desta terça-feira (21.03) requerimento pelas lideranças partidárias acatando uma sugestão do governador Pedro Taques, para investigar os supostos desvios ocorridos nos últimos 20 anos do Poder Legislativo.
"Já que boicotaram a CPI do MT PREV eu acatei a sugestão do governador e está aqui o requerimento de abertura da CPI que investiga os últimos 22 anos da Assembleia. Gostaria de pedir ao governador Pedro Taques que use do mesmo empenho que teve para desarticular a CPI do MT PREV, para convencer a base de aliada dele, que em sua maioria estava aqui nas outras legislaturas, a assinar esse requerimento. Terei imenso prazer em assistir a convocação do meu pai, ex-deputado José Riva para depor nessa CPI e dizer se houve algum desvio enquanto esteve presidente para onde ou pra quem foi esse dinheiro", desafiou.
A deputada entregou o requerimento à mesa diretora já com quatro assinaturas. Além dela, assinaram os deputados Zeca Viana, Valdir Barranco e Allan Kardec.
"Queria pedir o empenho do governador, já que a interferência dele no Poder Legislativo é um fato, para que faça essa CPI funcionar. Deixo claro que não tenho nada contra nenhum colega parlamentar e sim com relação ao posicionamento arbitrário do governo. De lambuja para a CPI sugerida por
Taques estamos apresentando esse requerimento já com 4 assinaturas", disse.
Consta do requerimento apresentado pela parlamentar que para angariar informações e prestar esclarecimentos a esta CPI, deverão ser convocados todos os presidentes e primeiros secretários das legislaturas correspondente aos últimos 22 anos, bem como todas pessoas que assumiram os cargos de secretário-geral, secretário de Orçamento e Finanças, secretário de Patrimônio, secretário de Gestão de Pessoas e procurador-geral da Assembleia Legistiva.
"Ainda, oportunamente deverão ser interrogadas pela CPI todas as empresas que, de alguma forma, transacionaram com a Assembleia Legislativa, em especial todas aquelas fornecedores de material de consumo, material gráfico, agências publicitárias, fornecedores de materiais de utensílios e informática, prestadores de serviços em geral – incluído empresas terceirizadas, empresas de construção para reforma ou ampliação das instalações e, aqui, friso, a construção do teatro do cerrado “Zulmira Canavaros”, estacionamento e torre de transmissão. Por fim e não menos importante, deverá a CPI ouvir todos conselheiros, ou ex-conselheiros, do Tribunal de Contas do Estado que deram parecer ou participaram de todos os julgamentos das contas desta Casa neste período investigado", finalizou.