Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Veja relato de um funcionário sobre a situação Hospital Regional
Por redação
27/11/2017 - 08:23

Foto: redação
 
 
 
 
"O freezer que acondiciona restos de pós operatórios, como membros amputados, dentro outros, cheio até a altura da tampa"
 
 
 
 
 
Irregularidades encontradas no HRCAF
 
 
FALTA DE EPI'S
 
Faltam praticamente todos os tipos de EPI's, como Luvas de Látex, Botas de PVC, Sapatos Antiderrapantes, Avental de PVC, Toucas Descartáveis, Luvas de Procedimento, Óculos Transparentes, Cinta Lombar Ergonômica, Máscara Respiratória Semi Facial com Filtros Químicos (Oncologia)...
 
IMAGENOLOGIA
 
O Setor de Raio-X está sem o Plano de Proteção Radiológica, sem os Laudos de Controle de Qualidade dos Equipamentos, sem o Levantamento Radiométrico e todos os técnicos de radiologia trabalhando sem os dosímetros desde a entrada da nova gestão (01/10/2017). Só isso já é o suficiente para ser interditado o local pela ANVISA.
 
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
 
O HRCAF não renovou com a empresa responsável pela elaboração do PGRSS. O lixo hospitalar não está sendo segregado de maneira correta, por falta de sacos de lixo, isso mesmo, sacos de lixo e os que ainda restaram sem identificação! O lixo comum sendo descartado junto com o infectante, isso até então não seria um problema, o problema é que como não tinha o contrato com a empresa que fazia essa coleta, ficava sendo acumulado no abrigo de resíduos até a altura da laje, esse alimento descartado junto com o infectante fica azedando por dias dentro do abrigo atraindo vetores (Foto Anexo). O freezer que acondiciona restos de pós operatórios, como membros amputados, dentro outros, cheio até a altura da tampa (Foto Anexo). Essas fotos foram tiradas em 08/11/2017, ou seja, esses resíduos estavam ali desde o início de outubro. ANVISA e SEMA ficariam muito felizes com essas informações!
 
PROGRAMAS DE SAÚDE
 
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (Vencido)
LTCAT - Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (Vencido)
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (Falta de recursos impossibilitou a atualização)
 
VACINAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS
 
A Enfermeira do Trabalho que foi contratada recentemente ainda não assumiu a sala de vacinação! Os funcionários que foram contratados, com exceção dos funcionários da gestão anterior, não foi solicitado a carteira de vacinação no ato da contratação, ou seja, estão trabalhando em um ambiente hospitalar sem as vacinações obrigatórias que constariam no PCMSO (Hepatite, Gripe, Antitetânica...). Em caso de acidente com perfurocortantes e o contato com material infectante, esses funcionários não teriam imunidade, podendo contrair inúmeras doenças!
 
FALTA DE MEDICAMENTOS
 
Em conversa com os Técnicos em Enfermagem, responsáveis pela aplicação de medicação nos pacientes, me informaram que alguns pacientes necessitavam de determinada medicação para sua recuperação, mais como estava em falta, continuavam internados recebendo somente soro! E aqueles pacientes que dependem das dietas parenterais, fornecidas para o paciente via infusão intravenosa? Como será que ficou a situação deles? Isso é gravíssimo, necessita de investigação! O HRCAF chegou entrar em contato com outros hospitais solicitando medicamentos para poder atender os seus pacientes.
 
FALTA DE MANTIMENTOS NO SETOR DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
 
O SND é responsável pelo fornecimento de alimentação para os funcionários, acompanhantes e das dietas de seus pacientes e também das dietas enterais via sonda nasogástrica para pacientes que não conseguem se alimentar.
Acompanhei a angústia das nutricionistas em ter que fazer "mágicas e malabares" com o que se tinha no estoque para fornecer para os funcionários, acompanhantes e pacientes a alimentação diária de foma saudavel. Como que se fornecesse uma dieta balanceada para os pacientes se faltava quase tudo no estoque?
 
SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO - INCOMPLETO
 
O MP solicitou que o HRCAF registrasse o SESMT.
De acordo com o CNAE da Instituição, o HRCAF tem Grau de Risco 3, tendo como servidores contratados em torno de 420 e servidores efetivos exatos 250, compõem 670 funcionários e baseado no Dimensionamento do SESMT, são necessários:
 
03 - Técnicos em Segurança do Trabalho (01 para 670 funcionários)
01 - Enfermeiro do Trabalho* (Ok)
01 - Engenheiro do Trabalho** (Não tem)
01 - Médico do Trabalho** (Ok)
 
(*) - Hospitais, Ambulatórios, Maternidades, Casas de Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar um Enfermeiro do Trabalho em tempo integral.
(**) - Tempo parcial (mínimo de três horas)
 
NOVA GESTÃO - DESABAFO
 

Infelizmente vemos cada vez mais pessoas de bem, que possuem família, e algumas que literalmente deram o sangue por essa instituição, serem dispensadas por "Não se enquadrarem no novo formato de gestão", e por algumas vezes serem substituídas por pessoas sem preparo (indicadas), algumas que não cumprem horário e não tem registro de ponto biométrico, por que será?
Que gestão é essa onde alguns trabalham por 2 meses e recebem somente 1 por um mês, ou se trabalha por 3 meses e recebe somente por 2 meses, devido aos salários acumulados (por culpa da gestão e RH) esses salários acumulados faz com que o pobre do funcionário caia nos percentuais de 22,5% e até mesmo no de 27,5% de Imposto de Renda, tendo como desconto 1/3 de seu mísero salário. Boa parte desse pessoal se quer existe para o Estado, pois ainda não saíram no Diário Oficial desde o início de outubro e mesmo sem existirem oficialmente para o Estado ocorre o distrato de contrato, muito estranho! Quem garante que o funcionário que foi dispensado pela gestão que ainda não constando no Diário oficial receberá seus direitos? E quais são os seus direitos? Houve quebra de contrato e o funcionário será indenizado? Todo esse questionamento é porque os funcionários que já tiveram se nome publicado no Diário Oficial constarem que o contrato é de 01 ano (01/10/2017 Até 30/09/2018) (Parte do Edital Anexo).

O pior é que tem 03 folhas A4 repleto de nomes de funcionários, que já estão trabalhando desde o início de outubro, e que tiveram suas documentações devolvidas pelo Estado por não terem concluído o ensino fundamental! Tanto o Estado quanto o RH não sabem o que fazer com esses funcionários. Muito preocupante! Os funcionários estão desesperados sem saber o que será feito deles. Serão contratados ou serão dispensados?

Frases do tipo: "Você não me conhece", "Você não sabe quem é meu padrinho" são frases muito comuns nos corredores da instituição dos indicados pela nova gestão. Não chega ser nepotismo, mais em um dado momento parecem ser todos de uma mesma e grande família composta por "padrinhos" e "afilhados". Apesar disso, muitos trabalham de forma correta e honesta, mais infelizmente alguns se escoram nesses "apadrinhamentos", pois se não fosse dessa forma, não estariam no HRCAF, pois muitos não tem seu histórico ilibado! 

Pior que isso é se escorar em seu "padrinho", ter "costas largas" e tirar proveito disso para seu bem maior, fazendo que consiga se sobressair sobre outras pessoas custe o que custar e caso alma essa atrapalhe seus objetivos ou lideranças, é pedem a cabeça do funcionário para seu "padrinho" que tudo se resolve! 

 
Espero que essas informações contribuam para a melhora do HRCAF, dos funcionários e de seus usuários!
 
 
SES emite nota sobre a questão:
 

Sobre estoque do almoxarifado, a direção do Hospital Regional de Cáceres (HRC) informa que já foi realizada uma compra emergencial e que outra compra já está em andamento com um recurso que está sendo devolvido pela Congregação de Santa Catarina após encontro de contas. 

 

O hospital continua atendendo normalmente os pacientes de urgência e emergência e a direção está empenhada em regularizar eventuais questões estruturais e técnicas encontradas em 1º de outubro. Lembrando que a SES assumiu a gestão do HRC repentinamente e que está realizando todos os esforços para garantir o pleno funcionamento da unidade.

 

Informa, ainda, que praticamente 95% dos funcionários da Congregação de Santa Catarina foram absorvidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), com exceção daqueles que decidiram não continuar trabalhando na unidade e outros que não apresentaram documentação compatível com o cargo.

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