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Câncer é o que mais mata em 16 cidades de MT
Por Joanice de Deus/DIÁRIO DE CUIABÁ
17/04/2018 - 11:43

Foto: Ilustrativa

O câncer já é a primeira causa de morte em 516 cidades brasileiras

 
 
 
Dezesseis municípios de Mato Grosso estão entre os 516 (10%) das 5.570 cidades brasileiras onde o câncer já é a principal causa de morte. Esta é a conclusão do levantamento inédito feito pelo Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), com base nos números oficiais mais recentes do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), de 2015 (último período com estatísticas disponíveis). 

Os dados foram apresentados ontem, durante a terceira edição do “Fórum Big Data em Oncologia”, em Brasília. O estudo mostra que a doença avança a cada ano e, com a manutenção dessa trajetória, em pouco mais de uma década as neoplasias serão as responsáveis pela maioria dos óbitos no país. No Estado, revela a ocorrência de 114 mortes, das quais 66 homens (58%) e 47 mulheres (42%). 

Já com relação à idade, metade dos óbitos se concentra nas faixas de 60 a 69 anos (25%) e 70 a 79 anos (25%). Em seguida, a maior proporção aparece no grupo dos que tinham mais de 80 anos (20%). Crianças e adolescentes, grupo que compreende a faixa etária de zero a 19 anos, somaram 1,3% dos óbitos naquele ano. 

Do total de municípios, 34 estão localizados no Centro-Oeste, sendo 16 em Goiás e dois em Mato Grosso do Sul, além dos 16 de Mato Grosso. As regiões sul e sudeste são as com maior número de cidades, com 275 e 145 respectivamente. Só no Rio Grande do Sul são 140, onde o câncer é a primeira causa de morte. A relação dos 16 municípios mato-grossenses não foi divulgada até o fim da tarde de ontem. 

O “Fórum Big Data em Oncologia” reuniu especialistas no assunto, autoridades e representantes de pacientes. Para a coordenadora do movimento e presidente e da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE), Merula Steagall, a expectativa é de que o estudo contribua para um melhor planejamento das ações de controle, prevenção e tratamento da doença no Brasil. 

“O aumento da mortalidade pela doença aqui está relacionado, também, às dificuldades enfrentadas pelo paciente para o diagnóstico e para o acesso ao tratamento. Diversos tipos de câncer são preveníveis e outros têm seu risco de morte significativamente reduzido quando diagnosticado precocemente. Nosso objetivo é alertar e engajar os múltiplos atores a somarem esforços no combate ao câncer”, destacou Steagal, por meio da assessoria de imprensa. 

Já o 1º secretário do CFM, Hermann von Tiesenhausen, enfatizou a importância de se discutir o avanço do câncer, especialmente no momento em que os candidatos a cargos eletivos elegem suas prioridades para as eleições gerais deste ano. “Este diagnóstico revela um grave problema de saúde pública que, a cada ano, assume maior relevância na lista de prioridades dos gestores. Na visão do CFM, é preciso envidar todos os esforços para conter essa epidemia e manter a obediência às diretrizes e aos princípios constitucionais que regulam a assistência nas redes pública, suplementar e privada no Brasil”. 

OUTROS DADOS – Conforme os organizadores do evento, atualmente, as complicações no aparelho circulatório, especialmente o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio, ainda são responsáveis pela maior parte dos óbitos. Contudo, os registros que ficam sob a supervisão do Ministério da Saúde mostram que a incidência de neoplasias com desdobramentos fatais tem avançado. 

No ano de 2015, foram registradas 209.780 mortes por câncer e 349.642 relacionadas a doenças cardiovasculares e do aparelho circulatório. No entanto, os registros mostram que o número de mortes por câncer aumentou 90%, em 2015, com relação a 1998, quando 110.799 pessoas foram à óbito por conta da doença. Nos mesmos períodos, houve uma alta de 36% entre as vítimas de doenças cardiovasculares, que na época somavam 256.511 pessoas. Ou seja, o crescimento das mortes por neoplasias foi quase três vezes mais rápido do que daquelas provocadas por infartos ou derrames. 

 
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