Uma matéria exibida no último domingo pelo Fantástico, na Rede Globo, apontou que 19 municípios de Mato Grosso estariam na lista da União Brasileira de Divulgação, que aponta os “100 melhores gestores do Brasil”. O programa, através do quadro “Cadê o Dinheiro que Estava Aqui?” revelou que os políticos agraciados precisam apenas pagar para receber a premiação sem nenhum critério.
Entre os principais políticos que teriam pago para receber a ‘premiação’, estão a prefeita de Sinop, Rosana Tereza Martinelli (PR); de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (SD); Lucas do Rio Verde, Luiz Binotti (PSD) e de Várzea Grande, Lucimar Sacre de Campos (DEM). Também estão na lista os prefeitos de Sapezal, Juína, Nossa Senhora do Livramento, Barra do Bugres, Paranaíta, Dom Aquino, Barão de Melgaço, Feliz Natal, Guarantã do Norte, Rosário Oeste, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte e Paranatinga
Na reportagem especial de Giovani Grizotti para o Fantástico, foi usado um jumento, o “Precioso”, para receber o prêmio. O repórter entrou em contato com os organizadores informando que era assessor de um prefeito e ele tinha interesse, e sem muito critérios, pesquisa ou informação, conseguiu, após pagar pelo prêmio, que “Precioso” constasse na lista dos cem melhores prefeitos do Brasil.
“Para ser eleito, precioso não baixou decreto nem cortou pastos; ele só teve que pagar a uma das empresas que vendem diplomas de melhor gestor para prefeitos, vereadores e secretários municipais” cita reportagem.
Conforme a reportagem, há uma indústria de prêmios para políticos, que envolve empresas que vendem diploma de melhor gestor para prefeitos, vereadores e secretários municipais, isso sem nenhuma checagem, pagou ganhou.
As principais firmas desse mercado, são a União Brasileira de Divulgação (UBD) – de Pernambuco -, e o Instituto Tiradentes de Minas Gerais. O prêmio é intitulado “100 melhores gestores do Brasil”, cujos eventos acontecem em hotéis, quase sempre em cidades de apelo turístico.
Juntas as duas empresas promovem até 20 premiações por ano. O dono da UBD disse ao Fantástico que o mercado é bem lucrativo e chega a faturar 50 mil.
Levantamento do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul mostra que só no Estado, o Instituto Tiradentes faturou R$ 116 mil, em 2016 e 2017 com três eventos que a empresa chama de seminário. Nos eventos os políticos recebem diplomas de legislador mais atuante ou prefeito mais atuante, a maioria dos participantes destes eventos, segundo o Fantástico, usa dinheiro público para pagar pelas inscrições e também gasta diárias pagas pela Prefeitura ou pela Câmara de Vereadores para irem aos eventos.
O dono da UBD, ao ser indagado pelo repórter do Fantástico se ele não sentia vergonha por ter concedido um diploma de prefeito nota 10 para um jumento, ele disse que não, pois o jumento carregou Jesus.