O Instituto Federal de Mato Grosso, IFMT Campus Cáceres - Prof. Olegário Baldo, por meio Departamento de Desenvolvimento Educacional realizou, durante toda essa semana, intervenções com a comunidade estudantil no sentido de escuta, acompanhamento e orientação para prevenção de suicídio na Campanha Setembro Amarelo. Entre as atividades foram promovidas Roda de Conversa com servidoras e servidores orientada pelo Centro de Valorização da Vida – CVV em Cáceres, e agendas com estudantes realizadas pela equipe multiprofissional da rede interna de assistência estudantil do campus.
As intervenções com o coletivo técnico-administrativo, docente, estagiários e trabalhadoras e trabalhadores terceirizados foram realizadas nesta quinta-feira (26.09), por meio de roda de conversa com a professora universitária Poliany Rodrigues, doutora em saúde pública, voluntária do Núcleo do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Cáceres.
Com a abordagem “Falar é a Melhor Solução”, Poliany apresentou dados da Organização Mundial de Saúde que indicam a possibilidade de prevenção do suicídio, em 90% dos casos. Em meio a reflexões sobre verdades e mitos sobre o suicídio e comportamentos relacionados a sua prevenção, a professora destacou a necessária difusão de informações e conhecimento sobre o que as pessoas devem e não devem fazer ao se deparar com essa situação de sofrimento, sempre gerada em torno de problemas considerados irresolvíveis.
“As etapas entre pensar em suicídio, planejar e fazer, na maioria dos casos duram anos, então é possível prevenir. A melhor solução é falar e deixar as pessoas falarem sobre seus sofrimentos. Para ajudar é preciso escuta aberta, apoio, incentivo e acompanhamento na procura de ajuda profissional”, destaca Poliany.
Na agenda com estudantes, adolescentes e jovens, a equipe multiprofissional da rede interna de assistência estudantil do IFMT Cáceres, coordenada pela assistente social do campus, Fernanda Santana de Souza, mestre em Política Social, foi organizada no decorrer de toda a semana em intervenções nas salas de aulas do Ensino Médio Integrado. O diálogo com estudantes orientou-se em três momentos com falas sobre a campanha Setembro Amarelo; Sinais de alerta sobre o suicídio e automutilação e informações sobre o trabalho desenvolvido e o acesso às redes de apoio interna do campus e externa.
“Apesar de o assunto ser delicado, é importante conversamos sobre o suicídio e maneiras como preveni-lo. Muitas pessoas pensam que esse ato é uma realidade distante e que afeta poucas pessoas, mas, infelizmente, os dados da Organização Mundial de Saúde(OMS) mostram o contrário”, afirma Fernanda. De acordo com a OMS, uma pessoa morre por suicídio a cada 40 segundos no planeta, uma média de 800 mil pessoas a cada ano.
Para Fernanda, a Campanha ‘Setembro Amarelo” criada no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) é de extrema importância na perspectiva de alerta e difusão da prevenção para o suicídio, como “problema grave de saúde pública”.
“É preciso estar atento aos sinais de alerta que a pessoa emite: ficar atentos para aquela tristeza de mais de duas semanas, para aquele eufórico, porque a alegria demasiada também pode esconder uma dor. A verdade é que ninguém quer morrer, mas sim acabar com a dor que está sentindo”, destaca Fernanda.
A rede de apoio do IFMT Cáceres é formada pelo setor de Atendimento Psicossocial; Assistente de Alunos; Enfermaria; Assessoria Pedagógica; Coordenação-geral de Ensino e Coordenação de Assistência ao Estudante (CGAE). Durante as intervenções também foram apresentadas possibilidades de atendimento em Cáceres na rede externa formada por serviços da rede pública de saúde, igrejas, Instituições de Ensino Superior e CVV.
Em conjunto com a assistente social Fernanda, as intervenções com estudantes contaram com participação dos integrantes da equipe do CGAE, Júlia Mendes, Lourdes Oliveira, Vinícius Ferreira e Sebastiana Silva.
Com a perspectiva de formação continuada, a agenda com quadro de trabalhadoras e trabalhadores foi realizada por meio do Núcleo de Qualidade de Vida e do Núcleo de Estudos sobre Gênero do campus.