De férias no Estados Unidos, o prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB), deixou uma bomba no colo da vice-prefeita Eliene Liberato Dias (PSDB).
Pressionados por 300 guardas, os vereadores trancam pauta até o município resolver a situação da categoria.
Com isso, a autorização do empréstimo de R$ 286 milhões para o saneamento básico não pode ser votada.
Sem saída para o problema dos guardas municipais, a Câmara Municipal resolveu radicalizar com a administração.
Tiraram todos os projetos da prefeitura da pauta, e já disseram que só votam os projetos do executivo, inclusive o milionário financiamento do esgoto, depois de resolvidos os horários dos guardas, incluindo o retorno do pagamento dos adicionais noturnos e hora-extras.
A decisão surpreendeu até os guardas, que estavam presentes e disseram que iriam para todas as sessões a fim de mostrar foça. Funcionou. Acuados, os vereadores resolveram ceder ao clamor popular e tomar uma atitude.
Depois da votação tumultuada da noite de sábado (23), os vereadores governistas viram que a oposição iria continuar pressionando por uma lei para os guardas.
Além do financiamento milionário, ainda havia a escolha dos membros da comissão processante do ‘caso da ‘rachadinha’, que também não foi votado.
A mesa diretora há dias está desgastada.
Guardas noturnos das escolas da rede municipal serão substituídos por seguranças armados. A prefeitura, através da Secretaria de Educação, já está viabilizando a contratação de uma empresa de segurança para a prestação dos trabalhos. Essa foi à alternativa encontrada pelo prefeito Francis Maris Cruz (PSDB) para solucionar o problema dos guardas que reivindicavam o pagamento integral das horas extras e o Descanso Semanal Remunerado (DSR) na escala 12 por 35 horas
“Não temos outra alternativa. Com a revogação do decreto, vamos contratar uma empresa de segurança para prestar os serviços” afirmou o prefeito lembrando ainda que todos os servidores concursados para outras funções, que estão trabalhando como guarda terão que retornar às suas atribuições de origem
A contratação da empresa, antecipada na semana passada, ao Jornal Expressão, pelo prefeito, foi confirmada nesta segunda-feira pela secretária Luzinete Tolomeu. Em comunicado aos diretores de escolas ela disse que, os guardas só irão trabalhar no período diurno e não mais na escola de 12 por 36 horas como vinha sendo feito.
A medida é interpretada pelos vereadores que defendem a manutenção do da escala como uma retaliação da administração. E, isso ficou comprovado, na semana passada, durante a derrubada do decreto do prefeito, pelo vereador Wagner Barone (PTN) ao dizer que “os servidores irão chorar lágrima de sangue” por contrariar a administração.
“Essa medida é descabida e desarrazoada. O prefeito prefere prejudicar 350 pais de família na cidade para contratar uma empresa de fora, que vai fazer monitoramento sabe-se lá de onde, ou colocar terceirizados nos postos de guarda. É claro que nenhuma empresa vai conseguir prestar esse serviço com custo menor do que hoje é a complementação salarial dos guardas” frisa vereador Cesare Pastorello (SD)
No entendimento do vereador, essa decisão passa muito longe de uma administração profissional e ética, como se esperava da gestão Francis. O salário base de um guarda, explica ele, é de menos de 700 reais por mês e acrescentou “muitos passarão fome”.