Uma das propostas do pré-candidato doutor Masato Nakahara (PTB), sendo eleito prefeito Cáceres, será a retorno do município ao Consórcio Intermunicipal de Saúde.  Ele diz que, voltou para a política depois de longo tempo, por estar mais experiente e com ideias que podem contribuir para a construção de uma cidade melhor. Afirma que pretende fazer um trabalho em sincronia com o servidor público municipal. Leia abaixo a entrevista.

E.N – Embora tenha sido vereador, presidente da Câmara, prefeito Interino, vice-prefeito, o senhor esteve longo tempo fora da vida publica. O que o levou a lançar sua pré-candidatura?

Dr. Masato – Sim, voltamos à politica, e desta vez, certamente, mais experiente, mais maduro, com ideias que podem contribuir para a construção de uma Cáceres ainda melhor para todos nós. Temos serviços prestados ao município, especialmente junto à rede pública de Saúde.  Passamos por vários cargos eletivos, desde vereador, presidente da Câmara, prefeito e vice¬-prefeito. Acredito que aprendemos o bastante para poder servir ainda mais ao povo e ao nosso município.

E, N – Caso seja eleito, quais seriam  os projetos do senhor para Cáceres? 

Dr. Masato – Temos conhecimento das dificuldades que encontraremos no município, particularmente em consequência da pandemia do Covid-19, que quebrou a economia mundial, mas, com fé em Deus haveremos de vencer. Temos vontade, temos coragem e temos experiência para enfrentar tais desafios. Inicialmente vamos manter o que estiver funcionando bem, e buscar alternativas de melhoria da qualidade funcional e produtiva daquilo que precisar de ajustes e investimentos de inovação. Precisamos buscar formas de aproveitamento das vocações socioeconômicas de Cáceres.  Investir mais pesadamente na implementação de projetos estruturantes que alavanquem, de fato, as suas matrizes econômicas, como exemplo, os segmentos da saúde; prestação de serviços, educação e o turismo sustentável, sem deixar de lado os importantíssimos setores de pecuária e agricultura, consolidando, assim, a sua histórica condição de cidademunicípio polo da macro região oeste de Mato Grosso.  Só se vai melhorar a qualidade de vida da população, com mais desenvolvimento, mais emprego e mais renda.

E.N. – A três meses das eleições, já se apresentam, pelo menos, 14 nomes  para a disputa. Como o senhor avalia esse elevado numero de candidatos. Isso é bom, ou ruim? 

Dr. Masato – Normal!  Todos têm direito a participar do processo eleitoral. Faz parte da democracia. Cabe ao eleitor, a tarefa de escolher a quem julgar melhor para o cargo.

E.N – Há quem diga que a maioria dos pré-candidatos, na verdade, está  apenas testando popularidade, posto  que não têm serviço prestado à população.  O senhor concorda com isso? 

Dr. Masato – Respondo por mim, que não estarei testando popularidade. O povo de Cáceres me conhece desde 1983, quando cheguei , oriundo de São Paulo (Capital). Oportunidade em que, com o meu currículo médico, dirigi-me aos hospitais São Luiz e Santa Lucia, onde apresentei-me aos colegas médicos. Pude sentir ali, já naquele momento, a carência de profissionais na área da Oftalmologia. De pronto, dirigi-me ao então INAMPS, e, após assinatura de convenio, comecei a atender SUS.  Atendemos até o dia em que o município se desligou do Consorcio Intermunicipal de Saúde, no inicio deste ano.

 

E.N – Sabe-se que o senhor trabalha no ramo da Saúde, em Cáceres, há mais de 30 anos.  Em várias vezes com ações sociais. Isso quer dizer que o senhor vem fazendo política todo esse tempo? 

Dr. Masato – Trabalhamos há aproximadamente 30 anos, como médico na área de oftalmologia, Não viemos misturar medicina com política.

E.N – O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SSPM) não concorda com várias ações da atual Administração, em relação aos servidores. Existe alguma receita para melhorar o relacionamento da administração, com a categoria? 

Dr. Masato – Fazer sincronismo operacional: prefeito, vice-prefeito, secretários, juntamente com todos os demais servidores do município.  Entendemos que a prefeitura é um conjunto, onde todos devem “puxar a corda” no mesmo sentido. La já estivemos, assim trabalhamos, em sincronia, e foi muito proveitoso. Não concordamos com esse distanciamento entre gestores e servidores do Executivo.  Entendemos que, com lealdade, com honestidade, com união e valorização de pessoas e esforços, todos ganham.  Vamos manter o diálogo, trabalharmos  juntos, compreendendo que o servidor é a parte permanente e fundamental da maquina publica.

E.N – Fala-se muito que a ZPE e a Hidrovia, que, em efetiva operação, representariam a  redenção econômica, não apenas de Cáceres, mas de toda a região. Como o senhor avalia essa situação? 

Dr. Masato- Estamos torcendo para que a ZPE e a Hidrovia saiam do papel. Há cerca de 30 anos esses dois grandes projetos tem sido explorado politicamente, mas nunca saíram do discurso.  Sem dúvida, seriam extremamente importantes para alavancar o desenvolvimento da região. Mas, é um assunto que está bastante desgastado perante a população.  Preferimos não entrar nessa discussão, agora.

E.N – O senhor foi ligado ao Sistema de Saúde Pública durante décadas. O quê, em sua opinião, pode e deve ser feito para melhorar a qualidade desse serviços, em Cáceres? 

Dr. Masato – Quanto à Saúde, aí, “o bicho pega”.  Como já foi dito, há cerca de três décadas estamos atuando na área da saúde no município. Embora na especialidade oftalmológica, temos acompanhado todo o conjunto de atividades inerentes à Saúde, particularmente a Saúde Pública.  Nesse tempo todo, muita coisa foi feita, mas, não o necessário, ou suficiente para fazer de Cáceres realmente um centro de referencia regional em Saúde.  Precisamos equipar a Unidade de Saúde, reciclar a equipe técnica, aparelhar tecnologicamente o sistema, de tal modo que, sempre atualizada, não seja pega de surpresa em situações atípicas, como o advento do Covid-19.  Não da mais pra ficar brincando de oferecer assistência médica a população. Em sendo eleitos, vamos determinar, além do secretário, coordenadores, funcionários da Saúde, em geral, o prefeito médico também irá participar do mutirão permanente, durante todo o mandato, seja gestionando, cobrando, determinando, orientando, fiscalizando e  oferecendo um atendimento humanizado, respeitoso, eficiente a quem depende da Saúde Pública.  É preciso entender que ninguém se encaminha à rede pública de Saúde sem necessidade. Ninguém vai ao médico a passeio. Saúde se faz com humanismo e responsabilidade. Uma das nossas primeiras ações será o retorno de Cáceres ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste de Mato Grosso – CISOMT – Isso é imperioso! Vale salientar que o Consórcio foi fundado e organizado por cacerenses.  Obrigado, Dra. Ana Maria Torraca Levy; obrigado Dra. Maria Emília Janella Alves. Fui médico pioneiro desde a fundação. Passamos muitas dificuldades, porém, tivemos sucesso.  Não conseguimos entender o porquê dessa mudança para Cuiabá. O usuário vai de ônibus, de ambulância, de carro particular, saindo de Cáceres em torno de 01 ou 02 horas da madrugada, para ser atendido, na parte da manhã e/ou à tarde. O retorno desses veículos só ocorre no final da tarde ou à noite, de modo extremamente desgastante para quem já está em estado de debilidade física. Imagina o idoso, com dificuldades de mobilidade, além de tantas outras patologias  que precisam de retornos e revisões, com casos seguidos de intercorrências  etc. Isso é desumano! Gostaria de perguntar à Sra. Secretária, se os médicos e laboratórios  de Cuiabá recolhem algum tributo para Cáceres; tem Alvará; oferece empregos para pessoas da nossa cidade;  gasta algum trocado  em Cáceres para ajudar  na economia da cidade? Cáceres tem, hoje, corpo médico para atender quase totalidade das especialidades.  E uma agravante, os médicos pagam Visa; Imposto Sobre Saúde. Além disso, os médicos geram vários empregos para técnicos em enfermagem, secretárias atendentes etc. Somos uma cidade carente de empregos. Precisamos buscar meios de aumentar as oportunidades de trabalho, e não reduzi-las. É imperativo observar que, estamos passando por município que apresenta inoperância de Rede Pública de Saúde, na crise da terrível Covid-19. Infelizmente, vale ressaltar, tivemos profissionais de saúde de nossa cidade, que sacrificaram a própria vida na honrosa missão de cuidar das vitimas da pandemia. A essas pessoas, a nossa eterna gratidão e reverência.

 

E.N –  Que avaliação o senhor faz, da atual administração? 

 Dr. Masato – A atual gestão, na pessoa do Prefeito Francis, certamente fez o possível pelo Município. Certamente deu o melhor de si. Seus erros e acertos… cabe à população avaliar.