As queimadas no Pantanal mato-grossense já duram mais de 100 dias e as consequências para a fauna devem percorrer pelo menos pelos próximos cinco anos, segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal (INTT) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Estudiosos estimam que o Pantanal mato-grossense perdeu 20% da biodiversidade. O pesquisador Filipe Viegas de Arruda contou ao G1 que realiza um trabalho dos impactos do fogo no Pantanal desde 2015.
Segundo ele, as consequências do fogo em pequenas áreas para alguns insetos, como as formigas, e pequenos mamíferos levam de quatro a cinco anos para desaparecerem. No entanto, com as queimadas sem controle, esse tempo pode se estender.
“Antes, os animais tinham espaço para se deslocarem para longe do fogo. Mas, desde o ano passado, os incêndios têm devastado grandes áreas e é justamente isso que vem nos preocupando. Muitos não estão conseguindo se deslocar para outro local e acabam morrendo queimados”, explicou.
Filipe ressaltou que, caso os incêndios permaneçam pelos próximos anos, sem pausa para que os animais possam retomar aos seus habitats, a tendência é que algumas espécies de formiga e roedores desapareçam. Segundo o pesquisado, as chamas impactaram grandes mamíferos e aves ameaçadas de extinção.
“É necessário cerca de 5 anos sem queimadas dessa proporção para conseguirem retornar, mas esse é o grande problema. Está queimando muito, não dá tempo de voltarem. Se continuar assim, a fauna vai mudar. Várias espécies de animais tendem a aparecer. Tendem a ser extintas”, disse.