A presidente da Associação Dislexia MT, Érika Fernandes Souza, afirmou que a lei que instituiu o Plano de Atenção Educacional Especializado aos alunos com transtornos de aprendizado nas unidades de ensino das redes pública, sancionada pelo governador Mauro Mendes, vai fazer com que “milhares de crianças com dislexia em Mato Grosso tenham um suporte e uma vida melhor”.
A legislação sancionada nesta semana é de autoria do deputado Wilson Santos e foi apresentada nesta quarta-feira (04.11), em evento no Palácio Paiaguás.
A lei prevê que as instituições públicas e privadas da rede municipal e estadual de ensino, da educação básica e superior, devem fazer a avaliação diagnóstica e o acompanhamento educacional especializado aos alunos diagnosticados com transtornos específicos de aprendizagem, como dislexia, discalculia e disgrafia.
“É uma grande emoção que estou vivendo hoje, tanto para mim que tenho dislexia como para outras crianças, por causa da aprovação dessa lei. Tenho certeza que não só a nós, mas milhares de crianças terão um suporte e uma vida melhor. Mais compreensão, melhor aprendizado. Vai evitar o bullying, preconceitos, minimizar o sofrimento dessas pessoas. Eu venho agradecer em nome da associação. Muito obrigada”, afirmou a presidente da associação.
A presidente de honra e uma das fundadoras da Associação Dislexia MT, Gabriela Andrade, pontuou que Mato Grosso hoje já é referência em políticas públicas para as pessoas com dislexia.
“As pessoas com dislexia eram invisíveis e hoje nos sentimos respeitados. Nos sentimos cidadãos de Mato Grosso, porque fomos vistos e começamos a ter direitos nos espaços escolares e na sociedade. Mato Grosso hoje é referência no Brasil, e digo isso porque tive a oportunidade de estar em muitos eventos pelo Brasil e todos falam desse olhar que as autoridades têm em Mato Grosso. O olhar que Mato Grosso tem para a dislexia já é falado no Brasil inteiro, tanto pelas ações da Assembleia quanto pelo Governo”, relatou.
O governador Mauro Mendes ressaltou que é papel do Estado cuidar de quem mais precisa de atenção e, portanto, acolher e dar condições de ensino adequadas a estes alunos com transtornos de aprendizagem.
“O não reconhecimento disso faz com que ocorra o bullying. Corretamente implementada essa política pública, esses alunos poderão viver uma vida melhor e com mais tranquilidade. Vamos fazer todo o esforço para implementar isso em toda a nossa rede e ajudar milhares de crianças por todo o Mato Grosso”, afirmou.
De acordo com o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, a secretaria já está preparada para colocar em prática o Plano de Atenção Educacional voltado aos estudantes com estas características. A estimativa é que de 14 mil a 28 mil alunos da rede estadual possam ter dislexia.
“Essa lei vem no sentido de garantir esse acompanhamento. Sabemos que muitos sofrem com bullying e acabam se isolando. Nossa preocupação é com o aluno. O professor vai passar por uma formação e ter condições de identificar a dislexia, qual o nível de dificuldade e encaminhar para uma equipe multidisciplinar dar todo o suporte, com representante da Saúde, da Assistência Social, e aí sim poder acompanhar e garantir uma condição para que ele tenha bons resultados na aprendizagem”, explicou Porto, que agradeceu a ex-secretária de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, por todo o empenho na estruturação do plano.
Autor do projeto de lei, o deputado estadual Wilson Santos destacou que a lei vai ajudar os estudantes com essas características a desenvolverem melhor suas aptidões.
“Ter dislexia não impede alguém de ter sucesso na vida. Temos o exemplo da Tatá Werneck, do ator Pedro Cardoso. Mas é preciso que haja amparo do Estado e da família. Quero agradecer ao governador Mauro Mendes pelo cumprimento da palavra no sentido de ajudar na construção de políticas públicas que facilitem a vida de quem tem dislexia”, completou.