Diabetes:diagnóstico precoce permite controle da doença
Por Hospital Samaritano de São Paulo
14/11/2012 - 12:01
O Dia Mundial do Diabetes é celebrado em 14 de novembro. Em todo o mundo, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes, mais de 300 milhões de pessoas têm a doença e um alto percentual vive em países em desenvolvimento. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 5,8% da população a partir dos 18 anos têm diabetes tipo 2, o que equivale a 7,6 milhões de pessoas. E aparecem 500 novos casos por dia. O diabetes tipo 1 e 2 juntos, atingem 10 milhões de pessoas.
Segundo o endocrinologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Adriano Namo Cury, o diagnóstico precoce tem papel fundamental na preservação do pâncreas (produtor de insulina), permitindo melhorar o controle glicêmico e prevenir a maior variabilidade da glicose no dia a dia. Desta maneira, pode-se evitar ou mesmo retardar o aparecimento das complicações típicas do diabetes: agressão à retina (retinopatia diabética), rins (nefropatia diabética), sistema nervoso periférico (neuropatia diabética) ou mesmo agressão e aterosclerose dos grandes vasos do cérebro e coração (doença coronariana).
“O diagnóstico precoce certamente melhora a qualidade de vida; permite a educação em diabetes para o bom convívio com a doença, sem estigmas; e previne as complicações crônicas com o bom controle glicêmico”, diz o especialista.
Classicamente, o diagnóstico de diabetes clínica, é feito com o exame de glicemia de jejum. Recentemente, o uso da hemoglobina glicada – até então utilizada para monitorar o tratamento dos pacientes diabéticos – foi autorizada também para o diagnóstico.
Cury afirma que o Diabetes caracteriza-se pelo longo período assintomático. “Mas quando ocorrem sinais e sintomas como perda de peso atípica e sem motivo aparente, sede excessiva, aumento do número e quantidade da necessidade de urinar, acordar a noite para urinar (várias vezes), cãibras, alteração da qualidade de visão, fraqueza e indisposição deve-se suspeitar da doença e procurar um médico”, destaca.
Tipos
Existem dois tipos de Diabetes: 1 e 2, que apresentam origens diferentes. O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, quando o organismo (por motivos genéticos e ambientais) produz anticorpos contra as células produtoras de insulina do pâncreas, resultando em rápido declínio da produção de insulina e a chamada falência pancreática.
Segundo o endocrinologista, no diabetes tipo 1 é necessário o uso imediato de insulina para controle da glicemia. O diabetes tipo 1 acomete crianças, adolescentes e adultos jovens. “Este diabetes autoimune que pode acometer adultos jovens também é chamado autoimune latente do adulto (LADA), que pode ser confundido com o diabetes tipo 2. Isso porque o pâncreas permanece com certa reserva de insulina e as medicações funcionam por certo tempo”, explica.
Já o Diabetes tipo 2 acomete adultos, especialmente com mais de 40 anos. Tem grande influência da genética (histórico familiar) e a obesidade como grande fator de risco de desenvolvimento. Este tipo ocorre por dificuldade de ação da insulina. “O diabetes tipo 2 costuma ocorrer de maneira insidiosa, com grande fase de pré-diabetes. Após o diagnóstico, há uma grande fase de estabilidade com medicações e a falência do pâncreas é mais lenta e gradual”, afirma o especialista.
Prevenção
O Diabetes tipo 2 pode ser evitado. Estudos demonstram que se o paciente obeso com pré-diabetes perder peso, pode-se evitar a doença. Isso porque, ao perder peso, é possível melhorar a resistência insulínica e facilitar o funcionamento do pâncreas. Também nestes pacientes obesos e com menos de 60 anos, outra maneira de prevenir o Diabetes tipo 2 é o uso da metformina, medicamento que trata a resistência insulínica.